A Petrobras e a Gerdau ampliaram a parceria de fornecimento de gás natural no mercado livre, com a migração de duas plantas da Gerdau no Rio Grande do Sul. A unidade de aços especiais em Charqueadas e a planta de produção de aços longos em Sapucaia do Sul, chamada Riograndense, são as primeiras migrações para o mercado livre de gás gaúcho.
O abastecimento das plantas no mercado livre teve início em 1º de novembro, de acordo com a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs).
O gás será movimentado pela Sulgás, concessionária estadual de gás canalizado. “A distribuidora segue focada em expandir e operar a rede com segurança e excelência, conectando mais consumidores ao sistema”, diz em nota o presidente da Sulgás, Marcelo Leite.
O Rio Grande do Sul aprovou sua regulação para migrações ao mercado livre de gás em 2023. Em agosto, a Gerdau recebeu autorização da Agergs para atuar no mercado livre do estado.
A Petrobras já fornece gás para a Gerdau em duas plantas. Em 2021, firmou acordo de abastecimento da planta de Ouro Branco, em Minas Gerais. E, em junho deste ano, as empresas anunciaram a migração da unidade Cosigua, localizada no Rio de Janeiro.
A estatal tem implementado novos formatos para contratações de gás natural, como reação ao aumento da competição com a abertura do mercado. Uma das novidades é um prêmio de incentivo à demanda, que dá desconto de 10% no preço de referência caso a distribuidora supere seu compromisso mínimo de consumo.
Petrobras inicia operação comercial da UPGN do antigo Comperj
A Petrobras anunciou que a unidade de processamento de gás natural (UPGN) do Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj e Gaslub), começou a operar comercialmente no último domingo, 10 de novembro.
O Complexo Boaventura está localizado em Itaboraí, no Rio de Janeiro, e foi inaugurado em setembro. Atualmente, apenas um dos módulos da UPGN está em operação, com capacidade de processar 10,5 milhões de m³ de gás natural por dia.
A Petrobras avalia que o segundo módulo deve entrar em operação até o fim deste ano. Em coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira, 8 de novembro, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da companhia, Renata Baruzzi, explicou que a UPGN está em fase de completação mecânica do Trem 2 e classificou a divisão da capacidade como “uma questão natural de obra”.
Com os dois módulos, a capacidade total de processamento da UPGN será de 21 milhões de m³ de gás natural por dia. O gás bruto é transformado em gás natural, gás liquefeito de petróleo (GLP ou gás de cozinha) e C5+ (matéria-prima na indústria petroquímica e produção de combustíveis).
O gás que chega à UPGN do Boaventura vem do pré-sal da Bacia de Santos pelo gasoduto Rota 3, que tem capacidade de escoar até 18 milhões de m³ de gás por dia. “Além de aumentar a capacidade de escoamento, o projeto integrado Rota 3 também traz uma maior flexibilidade para nossas atividades, já que, independentemente do ponto de conexão, o gás dos campos de produção da Bacia de Santos pode ser escoado para as diversas unidades de processamento da companhia, incluindo a nova UPGN do Complexo de Energias Boaventura”, explica em nota Renata Baruzzi.
Mais gás para novos contratos no mercado livre
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, avaliou em nota que a operação comercial da UPGN do Complexo Boaventura colabora com o portfólio de ativos da companhia e com a redução de importações. “Com isso, pudemos oferecer novas condições comerciais aos clientes Petrobras e aumentamos a nossa confiabilidade de fornecimento, que já é de praticamente 100%”, declarou.
Em nota, a companhia informou que, em 2023, celebrou mais de 34 contratos de fornecimento de gás natural para distribuidoras e consumidores livres. As contratações representaram a venda de mais de 70 bilhões de m³ em contratações com vendas previstas até 2034.