A Petrobras aprovou reajuste médio de cerca de 10% para o preço da gasolina e de aproximadamente 15% para o preço do diesel comercializados nas refinarias. De acordo com cálculos da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), com os novos valores, o preço da gasolina alcançou a paridade de importação.
Segundo a estatal, os preços médios nas refinarias serão de R$ 2,48 por litro para a gasolina e R$ 2,58 por litro para o diesel, após aplicação de reajustes de R$ 0,23 e de R$0,34 por litro respectivamente. Os novos valores entrarão em vigor na próxima sexta-feira, 19 de fevereiro.
Segundo o presidente da Abicom, Sérgio Araujo, com os reajustes, o preço da gasolina atingiu a paridade de importação. “Mas o diesel continua com defasagem média de R$ 0,10 por litro”, afirmou.
Para a Ativa Investimentos, no entanto, ainda há espaço no curto prazo para um novo aumento no preço da gasolina, da ordem de 5%. “Nosso melhor modelo aponta para um potencial reajuste, para cima, de mais 5%. Isso se dá uma vez que o preço da gasolina internacional segue sendo pressionado pelo preço do petróleo”, afirmou diz Guilherme Sousa, economista da casa de análise.
O mercado, por sua vez, reagiu favoravelmente à notícia. Às 11h06, as ações ordinárias da petroleira registravam alta de 2,26%, negociadas a R$ 30,35 na B3.
Em nota, a Petrobras informou que o alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras. “Este mesmo equilíbrio competitivo é responsável pelas reduções de preços quando a oferta cresce no mercado internacional, como ocorrido ao longo de 2020”, completou a empresa.
A petroleira informou ainda que os preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, “têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”.
Na última semana, o governo encaminhou ao Congresso projeto de lei complementar que altera a forma de cobrança do ICMS sobre os combustíveis. O objetivo do governo é aumentar a transparência e reduzir a volatilidade do preço dos combustíveis e, ao mesmo tempo, garantir autonomia à Petrobras para praticar sua política de preços dos derivados do petróleo.
*Matéria atualizada às 10h17 para incluir o posicionamento da Petrobras.
*Matéria atualizada às 10h40 para incluir a opinião da Ativa Investimentos.
*Matéria atualizada às 11h06 para incluir a variação das ações da Petrobras na B3.