A Petrobras anunciou a substituição de equipamentos de geração de vapor e energia elétrica da Termorio (989 MW), usina térmica integrada à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. Segundo a estatal, a nova central termelétrica deverá elevar a confiabilidade e alçar a refinaria aos melhores padrões internacionais de eficiência.
Além disso, a Petrobras também planeja a instalação de uma nova central termelétrica no Complexo de Energias Boaventura (ex-Comperj e Gaslub), em Itaboraí, no Rio de Janeiro. A previsão é de duas usinas de 400 MW cada, que devem participar do leilão de reserva de capacidade (LRCap).
Pacote de investimentos: R$ 33 bi
Os investimentos fazem parte dos R$ 33 bilhões anunciados pela Petrobras nas áreas de refino e petroquímica. Deste total, R$ 29 bilhões serão aportados pela Petrobras e R$ 4 bilhões pela Braskem (que tem 47% de seu capital votante detidos pela Petrobras). O aporte da Braskem ainda depende de aprovações na governança da empresa.
Os investimentos devem ocorrer na Reduc, no Complexo de Energias Boaventura e em processos da Braskem que têm sinergia com a Petrobras. Reduc e Boaventura devem receber R$ 26 bilhões. Com este movimento, a Petrobras espera alcançar maior eficiência operacional e a produção de combustíveis renováveis.
Nesta sexta-feira, 4 de julho, a Petrobras organizou uma cerimônia para anúncio dos aportes. O evento aconteceu na Reduc, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Aumento na capacidade de refino
Na ocasião, a presidente da estatal, Magda Chambriard, declarou que a expectativa é que a Reduc aumente em 50% sua produção, o que representa o refino de mais 110 mil barris por dia. A nova estrutura deve ampliar a produção de diesel S-10 em 76 mil barris por dia, querosene de aviação (QAV) em 20 mil barris por dia e lubrificantes grupo II em 12 mil barris por dia.
A produção de produtos renováveis, como HVO (tipo de diesel verde) e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), deve aumentar em 19 mil barris por dia, por meio de uma planta dedicada.
Também na cerimônia de anúncio dos investimentos, o diretor de Processos Industriais e Produtos e diretor interino de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, William França, declarou que só a Reduc faturou R$ 44 bilhões em 2024, e que o faturamento esperado para o Complexo de Energias Boaventura também está entre R$ 40 bilhões de R$ 50 bilhões por ano.
Rerrefino de lubrificantes
A Petrobras ainda estuda o rerrefino de óleos usados para a fabricação de lubrificantes. O projeto abrange a integração do Complexo de Energias Boaventura com a Reduc e poderá ter capacidade de 6,3 mil barris de óleo por dia. Com a entrada em operação do Complexo Boaventura para produção de lubrificantes grupo II, a Reduc poderá converter unidades existentes para rerrefinar óleos usados.
Segundo a Petrobras, o teste de coprocessamento já foi autorizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e deve acontecer em setembro deste ano.
Petroquímica
Na área da petroquímica, os investimentos incluem a expansão da planta de polietileno da Braskem, que elevará sua capacidade produtiva em até 230 mil toneladas por ano. O projeto utiliza gás natural processado na Rota 3 do Complexo Boaventura e está orçado em R$ 4,1 bilhões, investimento que ainda depende de aprovações pela governança da Braskem.
No Complexo de Energias Boaventura, entre as novas oportunidades de negócios está a produção de ácido acético e monoetileno glicol. Atualmente em fase de estudo, o projeto pode colocar o Brasil como produtor de insumos hoje importados.