Óleo e Gás

Petróleo em alta deve beneficiar geração de caixa de grandes empresas em 2022, diz Moody's

28/11/2007-Plataforma P-52 começa a produzir no Campo de Roncador. Foto: Stéferson Faria
28/11/2007-Plataforma P-52 começa a produzir no Campo de Roncador. Foto: Stéferson Faria

As grandes companhias de petróleo internacionais devem se beneficiar da tendência de manutenção de alta dos preços do petróleo em 2022, de acordo com análise da agência de classificação de riscos Moody’s. As petroleiras estatais, como a Petrobras, contudo, devem enfrentar dificuldades devido à pressão dos governos para que garantam a segurança energética.

Em relatório sobre as perspectivas para este ano, a Moody’s afirma que as incertezas sobre a expansão da oferta de gás e petróleo continuarão sustentando os preços do petróleo entre US$ 50 e US$ 70 o barril. 

A qualidade de crédito das grandes companhias internacionais deve melhorar com isso, depois de uma forte recuperação em 2021 frente à crise de 2020. “Se os preços ficarem no topo da faixa de US$ 50 a US$ 70 o barril, as oil majors vão ter um fluxo de caixa operacional ainda mais alto do que tiveram em 2014, quando o barril de petróleo superou os US$ 100″, diz o relatório.

Como muitas dessas empresas não precisam de caixa para reduzir a dívida, uma vez que continuam disciplinadas do ponto de vista de investimentos, essa geração de caixa deve acabar beneficiando seus acionistas.

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O ritmo de melhora financeira das empresas, segundo a Moody’s, tende a ser menor em 2022 depois da grande retomada vista do ano passado. “Muitas companhias reduziram a dívida e vão se concentrar em fusções e aquisições ou em aumentar o retorno dos acionistas, com aumentos modestos nos investimentos para atingir crescimento orgânico da produção”, diz o relatório.

A agência espera que as empresas continuem dedicando cada vez mais investimentos aos negócios de baixo teor de carbono. No caso de empresas europeias, como a BP, a Moody’s aponta que os investimentos em fontes renováveis de energia devem chegara 40% do total.

A transição energética permanece sendo um risco de longo prazo para a indústria global de energia, e a Moody’s espera aumento da pressão por investidores, reguladores e produtores de energia para que as empresas de óleo e gás aumentem a transparência na divulgação de dados. 

O relatório da Moody’s aponta ainda que a falta de visibilidade sobre a demanda e os preços de commodities no longo prazo complicam as decisões de investimento para as companhias de óleo e gás, principalmente as estatais, que sofrem dificuldades em equilibrar seus papéis de garantir segurança energética e a pressão paga aumentar os dividendos distribuídos aos governos.

Os riscos políticos são um problema adicional, especialmente no Brasil e na Colômbia, que enfrentam eleições presidenciais em 2022. “O Brasil considera privatizar a Petrobras, uma decisão que vai depender de quem vencer as eleições em outubro”, diz a Moody’s.

Na Colômbia, o debate está voltado para uma possível redução dos investimentos em exploração e produção de petróleo, o que obrigaria a Ecopetrol a mudar sua estratégia de negócios.

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