O petróleo fechou o ano de 2024 como o principal produto da pauta de exportações brasileiras. As vendas de óleo bruto de petróleo ou de minerais alcançaram US$ 44,8 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).Em volume, as exportações de petróleo em 2024 foram de 89,7 mil toneladas.
Assim, o ano de 2024 teve o petróleo bruto representando 13,3% das exportações do Brasil, tomando a liderança da soja que, de 2023 para 2024, viu a participação cair de 15,7% para 12,7%. Em 2024, a soja rendeu aos exportadores US$ 42,9 bilhões, ante US$ 53,2 bilhões no ano anterior.
Já o petróleo teve o valor exportado em alta de 5,2%, com o volume embarcado aumentando 10,1%, e o preço médio caindo 4,4%. Em 2023, as vendas de petróleo alcançaram US$ 42,6 bilhões, com volume de 81,4 mil toneladas.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que, de janeiro a novembro (último mês disponível) de 2024 a produção de petróleo brasileira foi de 36,9 milhões de barris, contra 37,2 milhões no mesmo período de 2023. As informações de dezembro de 2024 ainda não estão disponíveis.
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a liderança do petróleo na balança comercial brasileira é inédita e reflete a relevância do Brasil no contexto energético mundial. “Quando a gente fala que o Brasil é uma potência energética, as pessoas tendem a colocar essa potência energética muito em cima dos combustíveis ou das fontes renováveis, [mas] nós também somos uma potência energética nas fontes tradicionais”, disse o presidente do IBP, Roberto Ardenghy em evento realizado em dezembro.
Para ele, mesmo com aumento no consumo interno, o fluxo de exportações de petróleo tende a aumentar no Brasil, em função de uma tendência de aumento na produção. “Vai gerar uma oferta exportadora ainda maior”, disse.
Pré-sal
O pré-sal responde pela maior parte da produção de petróleo brasileira – de janeiro a novembro de 2024, 71,5% do óleo brasileiro veio do polígono, segundo dados da ANP. Os campos estão em tendência de aumento de produção e, observando apenas dados do segundo semestre, a participação do pré-sal na produção total de petróleo salta para 80,3%.
Projeções da Petrobras indicam que o pico na produção do pré-sal ainda não foi atingido, e deve ocorrer na década de 2030. A estatal é a maior produtora do pré-sal e respondeu por 98% da produção dos campos da região em novembro de 2024, considerando os consórcios em que é operadora.
A Pré-Sal petróleo (PPSA), estatal que gerencia as parcelas de óleo e gás da União nos contratos de partilha do pré-sal, recebeu R$ 10,32 bilhões em 2024 com a comercialização dos hidrocarbonetos da União. O valor é cerca de 71% maior do que o arrecadado em 2023 (R$ 6,02 bilhões). Projeções da estatal indicam que, até 2034, a arrecadação acumulada deve ser de R$ 506 bilhões para a União.
*Com informações da Agência Brasil