Óleo e Gás

PetroReconcavo busca novas aquisições e contrato no mercado livre de gás

Participante ativa do programa de desinvestimentos da Petrobras nos últimos anos, a PetroReconcavo prevê a continuidade do processo de abertura do mercado de gás natural no Brasil em 2023, independentemente do governo que seja eleito nas eleições deste ano. Nesse sentido, a companhia planeja fechar o primeiro contrato de fornecimento de gás para consumidor livre ainda este ano e intensificar aquisições no setor de óleo e gás.

Produção onshore / Crédito: PetroReconcavo
Produção onshore / Crédito: PetroReconcavo

Participante ativa do programa de desinvestimentos da Petrobras nos últimos anos, a PetroReconcavo prevê a continuidade do processo de abertura do mercado de gás natural no Brasil em 2023, independentemente do governo que seja eleito nas eleições deste ano. Nesse sentido, a companhia planeja fechar o primeiro contrato de fornecimento de gás para consumidor livre ainda este ano e intensificar aquisições no setor de óleo e gás.

“[A abertura do mercado de gás natural no Brasil] é algo que tem funcionado muito bem, para todos os atores e para a própria Petrobras, que se vê livre de algumas responsabilidades. Não vejo nenhuma razão [para não continuar a abertura]”, afirmou o diretor presidente da PetroReconcavo, Marcelo Magalhães. “Nós nos enxergamos como um player consolidador, que vai adquirir outros players ou a participação de outros players em alguns ativos. Temos nos preparado para isso. Estruturamos uma área de M&A [sigla em inglês para fusões e aquisições] na companhia”.

Com relação ao negócio de produção de gás natural, segundo o executivo, o resultado registrado atualmente pela PetroReconcavo corresponde ao que era esperado pela empresa para ser alcançado apenas daqui a três anos, de acordo com o plano de negócios. A produção e comercialização de gás natural, que estavam previstas para responder por cerca de 35% do faturamento da companhia em 2025, já representam aproximadamente 40% da receita da petroleira neste ano. O desempenho foi alcançado principalmente pelas atividades no Polo Miranga, na Bahia, adquirido da Petrobras por US$ 220,1 milhões.

“Na hora que fizemos o take over de Miranga, naturalmente boa parte da produção mais fácil e mais barata está vindo do gás. Isso está gerando um certo foco no aumento de produção de gás natural neste momento. Miranga está trazendo um retorno de produção bem mais interessante do que a gente previa”, explicou Magalhães. “Hoje, o nosso principal mercado [de gás] é com as distribuidoras. Mas devemos fechar, talvez ainda dentro deste ano, pelo menos um contrato com consumidor livre”.

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Da mesma forma, sobre o programa de desinvestimentos da Petrobras, que está na reta final de venda de ativos terrestres, Magalhães também não prevê uma descontinuidade, seja qual for o desfecho eleitoral deste ano. “Não acho que seja mais uma discussão ideológica ou partidária. Há um consenso muito grande [sobre os resultados do programa de desinvestimentos da Petrobras]”, afirmou o executivo, lembrando que o plano de venda de ativos da estatal teve início em 2012, ainda durante o segundo governo de Dilma Rousseff (PT).

Enquanto avalia novas oportunidades de aquisições no mercado, a PetroReconcavo atua no aumento da produção de óleo e gás dos campos adquiridos recentemente. A estratégia da empresa é replicar nas áreas recém-adquiridas o mesmo modelo adotado nos seus primeiros campos, na Bahia, e que resultou em incremento da produção.

Em Riacho da Forquilha, em Mossoró (RN), por exemplo, a PetroReconcavo mais que dobrou a produção, desde que assumiu a operação do ativo, em dezembro de 2019, para 12 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia).

“Estamos fazendo aqui [em Riacho da Forquilha] o que fizemos na Bahia no passado”, disse o diretor de Operações da PetroReconcavo, Troy Finney.

Nesta semana, a empresa reportou a produção de agosto, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 22 mil boe/dia.

O sucesso no aumento da produção é oriundo, em boa parte, de uma estrutura verticalizada da companhia, que possui uma frota própria de 12 sondas, além de outras quatro em processo de aquisição. Segundo Magalhães, a operação integrada permite maior controle de custos, flexibilidade e produtividade.

“A maior parte do ganho de produção vem das intervenções [feitas nos poços para aumentar a produção, a partir de sondas próprias]”, acrescentou Finney

Pouco mais de um ano após lançar ações na B3, em operação que movimentou R$ 1 bilhão, a PetroReconcavo registrou  receita líquida de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre deste ano, com 60 concessões, mais de 700 poços ativos e 155,9 milhões de boe de reservas 2P (provadas e prováveis).

*Rodrigo viajou a Mossoró (RN) a convite da PetroReconcavo.

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