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Produção da União tem redução e atraso por aumento de custos

Previsão de pico de óleo da União, antes projetada em 564 mil barris por dia em 2029, agora é de 543 mil barris por dia em 2030

FPSO Almirante Tamandaré. PPSA (Divulgação)
FPSO Almirante Tamandaré | PPSA (Divulgação)

A Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal que gerencia os contratos do pré-sal pela União, reajustou suas projeções de volume e prazo para o pico de produção. Até 2023, a estatal esperava atingir 564 mil barris por dia em 2029, mas agora avalia que o pico de produção será 3,4% menor, e um ano mais tarde.

Segundo a presidente interina da PPSA, Tabita Loureiro, a mudança ocorre em função de atrasos no início de produção de campos, na perfuração de pocos e pelo aumento nos custos operacionais. “Estamos num mercado altamente demandante, inflacionado. É questão de meses, mas afetam a projeção”, disse Loureiro durante o Fórum Técnico PPSA realizado nesta quinta-feira, 5 de dezembro, no Rio de Janeiro.

No fim de novembro, a Petrobras também postergou sua projeção de pico de produção. No caso da petroleira, há dificuldade de financiamento para que os fornecedores possam atender aos contratos, além do aumento de custos e ambiente de maior competitividade que impacta na disponibilidade dos equipamentos.

Arrecadação para União pode chegar a R$ 500 bi

A PPSA avalia que poderá arrecadar mais de R$ 500 bilhões nos próximos dez anos com a comercialização das parcelas de óleo e gás da União nos 19 contratos de partilha do pré-sal. Considerando ainda os valores a serem pagos com royalties e tributos, a arrecadação total para os cofres públicos com estes contratos pode superar R$ 1 trilhão.

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Até 2023, a arrecadação com a produção de óleo e gás da União no pré-sal foi de R$ 6 bilhões, segundo Loureiro. A presidente interina da PPSA também adiantou que a arrecadação acumulada até 2024 já atingiu R$ 9,5 bilhões e poderá superar R$ 10 bilhões, a depender da data em que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgar o preço de referência do barril deste mês. Se a divulgação ocorrer até o dia 20 de dezembro, a arrecadação ocorrerá ainda neste ano.

A estimativa de R$ 500 bilhões é baseada no cenário mais provável, de US$ 70 o barril e taxa de câmbio de R$ 5,43, considerado um cenário conservador. Segundo Tabita, independente do panorama escolhido, todos os cenários apontam para aumento da produção. O levantamento da PPSA calcula que, até 2034, os contratos de partilha terão uma produção acumulada de 6,6 bilhões de barris de petróleo. Desse total, a parcela acumulada da União será de 1,4 bilhão de barris.

Em gás natural, a PPSA avalia que a produção da União poderá aumentar dos atuais 255 mil m³ por dia para 3,3 milhões de m³ por dia em 2031. Assim, de 2025 a 2034, os contratos do pré-sal terão uma produção acumulada de 48,5 bilhões de m³ de gás natural. Desse total, a parcela acumulada da União será de 7,7 bilhões de m³.