A produção de petróleo e gás natural no Brasil em 2024 foi de 4,322 milhões de barris de óleo equivalente por dia, com redução de 0,5% em relação à produção recorde de 2023, que atingiu 4,344 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Os números são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que considera que a produção ficou estável no período.
A redução na produção ocorreu em paralelo com o recorde de exportação de petróleo – no ano passado, o petróleo foi o produto líder na balança comercial brasileira, ultrapassando a soja. Apesar de ser exportador, o Brasil também precisa importar óleo, em razão das diferenças na composição do hidrocarboneto.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as vendas de óleo bruto de petróleo ou de minerais alcançaram 89,7 mil toneladas e levantaram US$ 44,8 bilhões, representando 13,3% das exportações brasileiras.
Em 2024, a produção de petróleo no Brasil foi de 3,358 milhões de barris por dia, montante 1,29% abaixo do recorde observado em 2023, quando atingiu 3,402 milhões de barris por dia. Considerando o mês de dezembro, a produção foi de 3,421 milhões de barris de óleo por dia, com redução de 4,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação com novembro de 2024, houve aumento de 3,3%.
Já a produção de gás natural no ano de 2024 chegou à média anual de 153,17 milhões de m³ por dia, sendo 2% maior do que a do ano anterior, quando foi de 150 milhões de m³ por dia. Em relação ao mês de dezembro, a produção foi de 161,13 milhões de m³ por dia, o que representa aumento de 2,9% na base anual e de 2,1% frente ao mês anterior (novembro de 2024).
Apesar do aumento na produção, menos gás brasileiro chegou ao mercado em 2024: o volume foi de 49,8 milhões m³ por dia, contra 51,5 milhões de m³ por dia em 2023. No último ano, houve aumento nos níveis de reinjeção, queima e no uso de gás pelas plataformas.
Em 2024, a maior parte da produção foi proveniente de reservatórios do pré-sal, que representaram, em média, 78,29% da produção nacional de petróleo e gás natural, em barris de óleo equivalente. As produções do pós-sal e terrestre foram responsáveis, em média, por 16,33% e 5,38%, respectivamente, da produção do país.
Reinjeção de gás natural aumenta
Dos 153,17 milhões de m³ de gás natural produzidos por dia no Brasil em 2024, cerca de 83,2 milhões de m³ por dia foram reinjetados. Isto significa que 54% do gás produzido no país voltou aos poços.
Em 2023, a reinjeção foi de 78,8 milhões de m³ por dia, o que significou reinjeção na casa dos 52%.
Descontando a reinjeção de CO2, os volumes que voltaram aos poços em 2024 foram de 61,7 milhões de m³ por dia. Já a produção, descontando o CO2, foi de 127 mil m³ por dia, segundo a ANP. Este foi o primeiro ano que a agência apresentou em sue Boletim Mensal dados de gás descontando o CO2 – gás muito presente nos reservatórios brasileiros, e cuja separação do gás natural pode ser complexa e custosa.
O consumo interno de gás pelas plataformas atingiu 15,9 milhões m³ por dia em 2024, com aumento de 1,71% na base anual; a queima de gás foi de 4,3 milhões m³ por dia, com aumento de 13,1%.
Assim, descontando os volumes usados nas plataformas, na reinjeção e na queima, o gás disponibilizado ao mercado em 2024 foi de 49,8 milhões m³ por dia, contra 51,5 milhões de m³ por dia em 2023 – uma redução de 3,3% no período.
Considerando apenas o mês de dezembro, a produção foi de 161,1 mil m³ por dia, com disponibilização de 51,1 milhões de m³ por dia, injeção de 87,8 milhões de m³ por dia e consumo interno 16,6 milhões de m³ por dia.
Em dezembro de 2024, a queima atingiu 5,65 milhões de m³ por dia, com redução de 9% em relação ao mês anterior, e aumento de 66,4% na comparação com dezembro de 2023. “O principal motivo para o aumento da queima de gás, com relação ao ano anterior, foi a continuação do comissionamento da FPSO Marechal Duque de Caxias, no Campo de Mero, iniciada em novembro”, diz a ANP em nota.