Óleo e gás

Reinjeção aumenta e menos gás chega ao mercado em 2024

Produção de óleo e gás foi de 4,32 milhões de barris de óleo equivalente por dia, 0,5% inferior à produção recorde de 2023

FPSO Marechal Duque de Caxias, que estará conectado ao sistema Hisep
FPSO Marechal Duque de Caxias, da Petrobras, que entrou em operação em outubro, no campo de Mero, no pré-sal. Produção da unidade é uma das que será leiloada pela PPSA.

A produção de petróleo e gás natural no Brasil em 2024 foi de 4,322 milhões de barris de óleo equivalente por dia, com redução de 0,5% em relação à produção recorde de 2023, que atingiu 4,344 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Os números são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que considera que a produção ficou estável no período.

A redução na produção ocorreu em paralelo com o recorde de exportação de petróleo – no ano passado, o petróleo foi o produto líder na balança comercial brasileira, ultrapassando a soja. Apesar de ser exportador, o Brasil também precisa importar óleo, em razão das diferenças na composição do hidrocarboneto.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as vendas de óleo bruto de petróleo ou de minerais alcançaram 89,7 mil toneladas e levantaram US$ 44,8 bilhões, representando 13,3% das exportações brasileiras.

Em 2024, a produção de petróleo no Brasil foi de 3,358 milhões de barris por dia, montante 1,29% abaixo do recorde observado em 2023, quando atingiu 3,402 milhões de barris por dia. Considerando o mês de dezembro, a produção foi de 3,421 milhões de barris de óleo por dia, com redução de 4,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação com novembro de 2024, houve aumento de 3,3%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

Já a produção de gás natural no ano de 2024 chegou à média anual de 153,17 milhões de m³ por dia, sendo 2% maior do que a do ano anterior, quando foi de 150 milhões de m³ por dia. Em relação ao mês de dezembro, a produção foi de 161,13 milhões de m³ por dia, o que representa aumento de 2,9% na base anual e de 2,1% frente ao mês anterior (novembro de 2024).

Apesar do aumento na produção, menos gás brasileiro chegou ao mercado em 2024: o volume foi de 49,8 milhões m³ por dia, contra 51,5 milhões de m³ por dia em 2023. No último ano, houve aumento nos níveis de reinjeção, queima e no uso de gás pelas plataformas.

Em 2024, a maior parte da produção foi proveniente de reservatórios do pré-sal, que representaram, em média, 78,29% da produção nacional de petróleo e gás natural, em barris de óleo equivalente. As produções do pós-sal e terrestre foram responsáveis, em média, por 16,33% e 5,38%, respectivamente, da produção do país.

Reinjeção de gás natural aumenta

Dos 153,17 milhões de m³ de gás natural produzidos por dia no Brasil em 2024, cerca de 83,2 milhões de m³ por dia foram reinjetados. Isto significa que 54% do gás produzido no país voltou aos poços.

Em 2023, a reinjeção foi de 78,8 milhões de m³ por dia, o que significou reinjeção na casa dos 52%.

Descontando a reinjeção de CO2, os volumes que voltaram aos poços em 2024 foram de 61,7 milhões de m³ por dia. Já a produção, descontando o CO2, foi de 127 mil m³ por dia, segundo a ANP. Este foi o primeiro ano que a agência apresentou em sue Boletim Mensal dados de gás descontando o CO2 – gás muito presente nos reservatórios brasileiros, e cuja separação do gás natural pode ser complexa e custosa.

O consumo interno de gás pelas plataformas atingiu 15,9 milhões m³ por dia em 2024, com aumento de 1,71% na base anual; a queima de gás foi de 4,3 milhões m³ por dia, com aumento de 13,1%.

Assim, descontando os volumes usados nas plataformas, na reinjeção e na queima, o gás disponibilizado ao mercado em 2024 foi de 49,8 milhões m³ por dia, contra 51,5 milhões de m³ por dia em 2023 – uma redução de 3,3% no período.

Considerando apenas o mês de dezembro, a produção foi de 161,1 mil m³ por dia, com disponibilização de 51,1 milhões de m³ por dia, injeção de 87,8 milhões de m³ por dia e consumo interno 16,6 milhões de m³ por dia.

Em dezembro de 2024, a queima atingiu 5,65 milhões de m³ por dia, com redução de 9% em relação ao mês anterior, e aumento de 66,4% na comparação com dezembro de 2023. “O principal motivo para o aumento da queima de gás, com relação ao ano anterior, foi a continuação do comissionamento da FPSO Marechal Duque de Caxias, no Campo de Mero, iniciada em novembro”, diz a ANP em nota.