O estudo Rio a todo gás, documento elaborado pela Firjan com propostas para destravar investimentos em gás natural, indica que dos R$ 82 bilhões de projetos já mapeados para o Brasil no segmento, 55% podem ser investidos no estado fluminense.
O texto apresenta sugestões e soluções para o gás natural que vão além da geração de energia e abrange as indústrias siderúrgica, petroquímica, usinas de fertilizantes, expansão do GNV em veículos leves e pesados, além das indústrias de vidro, cerâmica e sal. Além disso, busca colocar o estado do Rio de Janeiro como estratégico na retomada econômica do país, principalmente pós-pandemia do novo coronavírus.
“Nossa intenção é contribuir para sairmos de um ambiente de recessão e usar o gás para retomar e expandir a economia a partir do fortalecimento da indústria de energia, petroquímica e o GNV”, afirmou o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
O montante de até R$ 82 bilhões está distribuído entre projetos de escoamento e importação, tratamento, transporte e consumo em plantas de fertilizantes. No tratamento de gás natural, por meio de unidades de processamento (UPNG), o estado representa a maior parcela dos aportes previstos para o Brasil, com até 81%. Em escoamento e importação, a fatia pode chegar a 68%, seguido pela indústria de fertilizantes, com até 62% e de transporte, com até 25%.
Assim, conforme mostra o levantamento, o total em desenvolvimento e potencial do mercado de gás natural no Brasil em investimentos é muito maior quando incluídos outras indústrias que também podem ser impulsionadas.
Segundo o vice-presidente da federação, Luiz Césio Caetano, há a necessidade de diversificar a participação de novos players no mercado de gás, no entanto, é preciso estar atendo ao alto custo do insumo no país, onde a tarifa final para o consumidor industrial é 7,4 vezes maior do que o preço na boca do poço. Ele lembrou também que 41% do produto reinjetado no poço equivale a 100% do consumo industrial fluminense.
Conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), antes dessa atual crise, a produção bruta de gás natural no país poderia crescer 95% entre 2020 e 2029, significando uma expansão da produção em 125 milhões de m3 /dia.
Atualmente a geração de energia elétrica representa mais de 35% da demanda total por gás no Brasil. No Rio de Janeiro, especificamente, o segmento representa mais da metade da demanda no estado.