A venda pela Petrobras da participação de 51% na Gaspetro, empresa que possui participação em 19 distribuidoras de gás natural do país, para a Compass Gás e Energia, controlada pelo grupo Cosan, por R$ 2,03 bilhões, está em linha com o esperado pelo mercado, de acordo com especialistas. Na opinião deles, a operação faz parte da estratégia da Petrobras de desinvestimentos, além de ser um passo importante no âmbito do processo de abertura do mercado de gás natural do país.
“É um outro passo na direção da abertura dos mercados de gás no Brasil”, afirmou o Credit Suisse, em comentário sobre o assunto. De acordo com o banco, o negócio permite a desalavancagem do balanço patrimonial da Petrobras, por meio da venda de ativos não estratégicos.
Para Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, a notícia é positiva tanto para a Petrobras quanto para a Cosan. No caso da petroleira, o acordo é condizente com a atual política de melhora na alocação de recursos visando maior dinamismo na geração de valor.
Com relação à Cosan, Arbetman entende que, o negócio aumenta a capilaridade da atuação da Compass Gás e Energia e expande suas vias de crescimento, facilitando inclusive uma futura oferta primária de ações (IPO, na sigla em inglês) da unidade de negócios.
Para outro analista, de um grande banco, a operação já era espera e o valor anunciado está em linha com a expectativa do mercado. Ele lembra que o valor é parecido com o acordado na venda dos outro 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui, em 2015, de R$ 1,9 bilhão.
Em fato relevante sobre a venda dos 51% da Gaspetro, a Petrobras acrescentou que a operação “está alinhada com o Termo de Compromisso de Cessação (TCC) assinado com o CADE, em julho de 2019, para promoção de concorrência no setor de gás natural no Brasil, bem como à estratégia de otimização do portfólio e à melhora de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor”.