A estatal argentina YPF e a empresa italiana Eni assinaram memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) para o projeto que pode instalar a primeira planta de liquefação de gás na Argentina com os recursos de Vaca Muerta.
O acordo entre YPF e Eni prevê o desenvolvimento das atividades de upstream, transporte e liquefação de gás em duas unidades de gás natural liquefeito (GNL) de 6 milhões de toneladas por ano (MTPA) de GNL, totalizando 12 milhões de toneladas por ano da molécula.
O MoU foi assinado nesta segunda-feira, 14 de abril, entre o presidente e CEO da YPF, Horacio Daniel Marín, e o CEO da Eni, Claudio Descalzi.
Com o projeto de planta de GNL, a Argentina busca maior desenvolvimento e monetização dos recursos de Vaca Muerta, com fornecimento do gás aos mercados internacionais. A estimativa é que seja possível exportar 30 milhões de toneladas de GNL por ano. O projeto é liderado pela estatal YPF, que já firmou acordos com outras companhias, como a Shell e empresas indianas, para instalação da primeira planta de GNL na Argentina.
A evolução do gás de Vaca Muerta
As reservas de gás de Vaca Muerta devem levar a Argentina à autossuficiência de gás em breve, mas o país ainda enfrenta gargalos de infraestrutura para exportar a molécula.
Sem planta de liquefação de gás, o gás argentino não tem acesso ao mercado global. É esta lacuna que o projeto liderado pela YPF pretende resolver.
Atualmente, o país só pode exportar gás natural por meio de gasodutos – e tem no Brasil um importante parceiro em potencial. No começo de abril, a Matrix Energia, a boliviana YPFB e a TotalEnergies anunciaram a primeira remessa de gás argentino ao Brasil. As moléculas passaram pela rede da YPFB na Bolívia, em uma operação piloto de gás interruptível.
Entretanto, agentes avaliam que ainda não é possível trazer gás firme, em grande volume e de forma competitiva da Argentina ao Brasil. Falta infraestrutura do lado argentino e as taxas cobradas tanto pela Argentina quanto pela Bolívia reduzem a competitividade do gás até chegar ao Brasil, disse à MegaWhat a presidente da Transportadora Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Angélica Laureano.