Opinião

Geração limpa e consumo eficiente de energia ajudam a reduzir as emissões de CO2

Artigo apresenta como as matrizes energéticas limpas e as mudanças de hábito no consumo energético.

Opinião da Comunidade
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Por: Jamil Mouallem*

O papel da energia está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento da humanidade. No entanto, a geração de energia também é um dos grandes vilões do meio ambiente e responsável por parte considerável das emissões de carbono que comprometem o clima mundial. Nesse artigo apresento como as matrizes energéticas limpas e as mudanças de hábito no consumo energético, seja por parte das empresas ou dos consumidores finais, podem atenuar a emissão de gases tóxicos e ajudar a reduzir em pelo menos em 1,5°C a temperatura global dos próximos anos.

Vale lembrar que, no Acordo de Paris de 2015, os países concordaram em limitar o aquecimento global a 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais, e rever a relação com os sistemas de geração de energia é um caminho elementar para se chegar a esse resultado. Dados do Instituto Akatu (organização sem fins lucrativos focada na conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente) revelam que a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia elétrica é o principal contribuinte para a emissão de GEE poluentes como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), entre outros, agravando a crise climática que vem elevando consideravelmente as temperaturas em âmbito mundial.

Em contrapartida, o relatório CO₂ Emissions in 2023”, da IEA (Agência Internacional de Energia) aponta que a geração energética por meio de fontes limpas e o aumento das frotas de carros elétricos impediu que as emissões de carbono triplicassem no ano passado, mesmo diante de uma emissão de 37,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono representando um aumento de 410 milhões de toneladas (1,1%) em relação ao ano anterior, o que faz possível vislumbrar uma luz no final do túnel.

Mesmo assim, com todos os esforços globais para a recuperação do planeta, vivemos índices alarmantes de aquecimento global, o que foi tema de emocionado discurso do secretário Geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, no último dia 5 de junho, data em que se comemora desde 1972 o Dia Mundial do Meio Ambiente, no qual pediu aos líderes globais para que assumam rapidamente o controle da espiral da crise climática.

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Como profissional do segmento de energia, ouso afirmar que não basta aos governantes tomarem medidas relacionadas à geração energética, num ambiente onde o consumo é cada vez maior e necessário. Nesse cenário, trago à luz a necessidade de os consumidores refletirem sobre seu modelo de consumo e adotarem medidas de eficiência energética que ajudem a economizar esse recurso tão importante, utilizando-o de forma racional e consciente. Essa é a forma como pessoas físicas e jurídicas podem trazer sua contribuição para a recuperação ambiental.

Mas como isso pode ser feito? É preciso que se tome desde os cuidados básicos, como a utilização de dispositivos de menor consumo, optar por desligar os equipamentos das tomadas no lugar do “standby” e manter redes elétricas em ordem, entre outras iniciativas. Nas empresas, a sugestão é incluir essas medidas na governança corporativa e difundi-las por meio de regras claras de compliance e cultura empresariais com foco em ESG (Environment Social and Governance).

E já existem iniciativas concretas nesse sentido. O Programa Aliança, lançado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Eletrobras, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), e a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), iniciou em 2023 a segunda fase de execução com a meta de atender 24 plantas industriais que fazem uso intensivo de energia em seus processos de produção, e o objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40 mil toneladas, além de diminuir os custos operacionais em R$ 90 milhões ao ano. Sim, isso significa que a eficiência energética ainda resulta em economia financeira!

Além dessas, outras iniciativas vêm sendo observadas no Brasil e no mundo e as próprias fabricantes de equipamentos vêm conscientizando seus clientes sobre a importância do uso inteligente dos recursos naturais, bem como a adoção de tecnologias que apoiem essa medida, como incluir nobreaks ou filtros de linha em suas instalações, por exemplo. Assim, se cada um fizer seu papel dentro da sociedade e do segmento corporativo, teremos passos mais largos nas metas definidas em Paris (França) e Kyoto (Japão), e poderemos assegurar um futuro melhor ao planeta.

*Jamil Mouallem é diretor Comercial e de Marketing da TS Shara, indústria nacional fabricante de nobreaks, inversores e estabilizadores de tensão e protetores de rede inteligente.

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