
Por: Thiago Rezende*
Nos últimos anos, a busca por soluções inovadoras e sustentáveis na geração de energia tem levado ao desenvolvimento de novos modelos de integração de fontes renováveis. A hibridização de parques eólicos e solares surge como uma dessas soluções que tende a ganhar espaço no parque gerador brasileiro porque permite a combinação de duas das fontes renováveis mais abundantes e complementares: o vento e o sol. O modelo melhora a eficiência da geração de energia, contribui para a redução de custos e otimiza o uso do sistema de transmissão de energia.
Uma das principais vantagens da hibridização está na complementaridade dos perfis de geração de ambas as fontes. Enquanto os parques eólicos tendem a ter sua maior produção de energia durante a noite, os parques solares geram energia durante o dia, por conta do sol.
Ao combinar as fontes em um único projeto é possível aprimorar o uso da infraestrutura de transmissão, reduzindo a necessidade de novos investimentos e potencializando o aproveitamento da capacidade instalada.
As instalações de transmissão, que normalmente exigem investimentos significativos, podem ter o seu uso de forma mais eficiente quando compartilhado pelas duas fontes. Isso resulta em uma redução considerável de custos, o que, por sua vez, impacta na competitividade da energia gerada, tornando-a mais acessível para o mercado.
Além disso, a integração permite maior estabilidade no fornecimento de energia. A geração combinada eólica e solar favorece a estabilidade à produção de energia entregando uma curva de geração mais flat.
O escoamento da eletricidade por meio do Sistema Interligado Nacional – SIN, também pode ser feito de maneira mais eficiente, sem a necessidade de novos investimentos em infraestrutura de transmissão, algo vantajoso considerando os gargalos existentes no sistema brasileiro.
Outro benefício evidente é o ambiental. Ambas as fontes de energia, solar e eólica, são renováveis, ajudam a reduzir a dependência de fontes fósseis e promovem a descarbonização e a transição energética do planeta. Também deve-se considerar que os parques híbridos geralmente são instalados em áreas já desenvolvidas para a geração de energia, minimizando o impacto ambiental em novos terrenos.
Como exemplo, pode-se citar dois parques híbridos em construção na Bahia. A Casa dos Ventos está adicionando usinas fotovoltaicas ao Complexo Eólico Babilônia Centro e ao Complexo Eólico Babilônia Sul.
Diante de todo este contexto, pode-se concluir que a capacidade de realizar essas integrações de maneira eficiente reforça o papel do Brasil como um dos países mais promissores para o desenvolvimento de projetos híbridos, dada a combinação única de seus recursos eólicos e solares, que estão entre os melhores do mundo.
Com isso, o interesse de investidores tem crescido e estimulado a criação de novos projetos híbridos em várias regiões do país, gerando empregos e crescimento econômico. Nesse sentido, vale destacar que a regulação atual permite que projetos híbridos sejam viabilizados de maneira mais ágil, incentivando os investimentos no modelo. Dessa maneira, as fontes eólica e solar seguem crescendo na matriz energética brasileira, com a hibridização das duas fontes acelerando ainda mais esse processo.
A hibridização de parques eólicos e solares, portanto, representa uma das inovações mais importantes no setor energético moderno. O Brasil, com seus recursos excepcionais e o avanço de sua regulação, está bem posicionado para liderar essa tendência, impulsionando o mercado de energia renovável e promovendo uma matriz energética mais limpa, eficiente e sustentável.
*Thiago Rezende é diretor de Implantação e O&M da Casa dos Ventos
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