MinutoMega Talks

‘2025 está sob controle e próxima janela para potência é outubro de 2026’, diz ONS

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Sede do ONS no Rio de Janeiro.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) trabalha com cenários em que, de fato, enxerga esgotamento dos recursos de reserva operativa já em 2025, cuja demanda seria da ordem de 4,2 GW. Para isso, foi necessária a antecipação das termelétricas licitadas no leilão de reserva de capacidade na forma de potência (LRCap) de 2021.

O esgotamento foi antecipado pela MegaWhat e confirmado nesta quinta-feira, 4 de junho, pelo diretor de Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato, durante o Aquecimento MinutoMega Talks, em Brasília.

“No LRCap lá de 2021 tinha esse dispositivo de antecipação de mais ou menos da metade desse valor, 2,1 GW ou 2,2 GW de antecipação dos contratos daquele leilão para início de suprimento agora entre agosto e outubro. Dependendo da localização, isso mitiga metade do déficit estrutural que a gente tem”, disse o diretor do ONS.

Com a antecipação das termelétricas, a próxima de janela de necessidade de potência é outubro de 2026, o que daria um “tempo razoável” para trabalhar o tema em consulta pública, encaminhar o edital e demais aprovações junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o certame.

O operador manteve o cenário energético e as margens para o último certame, num processo que levaria três meses para análise. Com a experiência dos contratos das térmicas do leilão de 2021, a discussão da consulta pública poderia ser ampliada nos contratos das hidrelétricas. “Quanto maior a antecedência para o leilão, gera uma consulta pública para tranquilidade de ter a fotografia”, disse Zucarato.

Potência flexível

A potência flexível tem sido uma das defesas do operador, já que não há sentido operativo e econômico colocar mais inflexibilidade para dentro do sistema, que já tem inflexibilidade de natureza térmica e hidráulica.

“Isso é uma questão que a gente tem que levar em consideração. Como vou conseguir ligar essa potência adicional só na hora que eu precisar, porque tem uma inflexibilidade hidráulica associada, então a gente está atento às inflexibilidades visíveis e invisíveis da matriz elétrica, porque de fato a carga líquida para os recursos despachados está ficando extremamente desafiadora e a ponta dessa carga está em uma janelinha muito específica”, completou o diretor do ONS.

“A gente precisa assegurar um sinal de preço de curto prazo consistente para permitir que haja entre as fontes esse diálogo da valorização dos atributos por meio do mercado de curto prazo, e reduzir o suficiente daquilo que efetivamente é essencial como política pública para que poder executivo entenda como política pública”, contou Alexandre Zucarato.

Realizado em 4 de junho, em Brasília, o Aquecimento MinutoMega Talks é uma prévia do MinutoMega Talks, um spin off do podcast mais reconhecido do mercado energético. No dia 4 de setembro, Camila Maia e Natália Bezutti entrevistarão autoridades e CEOs em São Paulo.