O período úmido começou com chuvas que possibilitaram a recuperação dos reservatórios, levando o Sistema Interligado Nacional (SIN) a encerrar dezembro com expectativa de energia natural afluente (ENA) de 105% da média de longo termo (MLT), sendo o 35º maior nível da série histórica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A recuperação deve ser observada sobretudo nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, com 103% da MLT, e Sul, a 202% da MLT. As bacias da região Norte devem fechar o mês com 89% da MLT, o que corresponde ao 42º menor nível da série histórica. O ponto de atenção está na região Nordeste, segundo o ONS, que deve fechar o mês com 58% da MLT, no 19º menor nível da série histórica.
Para o próximo mês, a política operativa do ONS buscará replecionar os reservatórios do Nordeste, com alocação das gerações dos demais subsistemas. Entre essas gerações está a do Sul, que terá exploração mais acentuada na bacia do rio Canoas em função das condições hidrológicas, enquanto a bacia do rio Jucuí e demais usinas do rio Uruguai devem ter suas operações conforme necessidade de atendimento da carga.
O SIN deve fechar o mês de dezembro com 52% de energia armazenada, o que corresponde ao 9º maior nível da série histórica para este mês.
Temperaturas de janeiro e formação de La Niña
Ainda não há clareza sobre a formação do fenômeno La Niña. Os padrões meteorológicos apontam que ainda há condições de normalidade climática, apesar do resfriamento das águas do Oceano Pacífico e da atmosfera.
“As previsões mais recentes indicam ocorrência de precipitação entre normal e abaixo da média nas bacias do rio São Francisco, Tocantins, Jacuí e Uruguai, e próximo da média nas demais bacias em janeiro, fevereiro e março”, disse o diretor de Operações do ONS, Christiano Vieira da Silva. Segundo os especialistas do ONS, caso o fenômeno La Niña se confirme, sua ocorrência deve ser de baixa intensidade e de curta duração.
Para janeiro, as temperaturas na maior parte do Brasil devem ficar devem ficar entre a média e acima da média, mas sem as grandes anomalias que ocorreram no início de 2024, quando houve a formação de ondas de calor.
Em relação a precipitação, na próxima quinzena o ONS espera permanência de chuvas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país. No Nordeste, as chuvas devem ficar escassas na próxima semana, com tendência de maior precipitação mais próximo do final da primeira quinzena do ano. Já no Sul, as chuvas devem ser abaixo da média histórica em toda a primeira quinzena de janeiro.
Carga de dezembro
O ONS avalia que a carga do SIN para este mês deve ser de 81.294 MW médios, o que representa uma variação positiva de 1% em relação a dezembro de 2023 e a novembro de 2024. Deste total, cerca de 89% deverão ser atendidos por renováveis, sendo 61% de energia hídrica, 15% eólica e 13% solar.
O despacho térmico até o dia 19 de dezembro foi de 4.630 MW médios, com redução de 38,6% em relação a novembro. O despacho por ordem de mérito foi de 846 MW médios, 71% menor do que no mês anterior.
As informações são do Programa Mensal de Operação Energética (PMO) de janeiro, que teve sua primeira reunião nesta quinta-feira, 26 de dezembro.