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CMSE decide manter parâmetros de aversão ao risco para 2026

CMSE decide manter parâmetros de aversão ao risco para 2026

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu manter para 2026 os parâmetros de aversão ao risco adotados em 2025 nos modelos de operação e formação de preço de energia. O objetivo, com a decisão, é garantir a segurança da operação do sistema e evitar aumentos abruptos na conta de luz.

Em reunião extraordinária realizada nesta quarta-feira, 30 de julho, o CMSE concluiu que as condições de risco adotadas em 2025 foram “satisfatórias” já que, mesmo diante de chuvas abaixo da média histórica, os reservatórios das hidrelétricas permaneceram estáveis.

O CVaR, curva de aversão ao risco, será mantido em α = 15% e λ = 40%, para os modelos de operação e formação de preço, o que significa que os 15% piores cenários hidrológicos terão terão peso equivalente a 40%.

Já para processos de planejamento da expansão e cálculo da garantia física, será usado o par 25,35.

Foi ainda elevado o volume mínimo operativo (VMinOp) do Norte de 19,1% para 28%, refletindo maior compatibilidade com a Curva Referencial de Armazenamento (CRef), que foi atualizada de 85% para 90%.

A decisão acompanhou a proposta apresentada em nota técnica conjunta elaborada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que foi submetida a consulta pública iniciada em 3 de junho, com duração de 30 dias.

“A decisão também reforça o compromisso do setor em evitar situações como a enfrentada em 2021, quando a baixa disponibilidade hídrica e a gestão inadequada dos reservatórios resultaram na necessidade de um despacho termelétrico intensivo”, diz a nota do CMSE.

Esses parâmetros serão utilizados a partir do Programa Mensal da Operação (PMO) de janeiro de 2026 na operação do sistema e na formação dos preços.

Para fins de planejamento da expansão e cálculo da garantia física dos empreendimentos, a data de vigência será estabelecida posteriormente pelo MME.

Primeira decisão desde o fim da Cpamp

Essa foi a primeira decisão do CMSE dentro da nova governança dos modelos, depois que a Comissão Permanente de Metodologias e Programas Computacionais (Cpamp) foi extinta, em 2024. Desde então, a governança dos modelos passou a ser responsabilidade do CMSE.

O mercado se dividiu nas contribuições da consulta pública aberta para discutir os critérios de aversão ao risco.

Mudanças metodológicas que passaram a valer em janeiro, incluindo o aperto na curva de aversão ao risco e o uso do Newave híbrido, têm sido apontadas no setor de comercialização como responsáveis pela volatilidade nos preços de energia, o que gerou forte reação de agentes do setor.

Por outro lado, geradores, em modo geral, defendem a manutenção dos critérios mais avessos ao risco para garantir a segurança do sistema. Preços mais altos de energia são consequência direta disso, o que também pesa na avaliação dos agentes.