Planejamento

CMSE determina acionamento de termelétricas em regiões afetadas pela seca no Norte

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou, em reunião realizada ontem, 4 de outubro, o despacho de termelétricas em regiões atingidas pela seca na região Norte, a fim de garantir a segurança energética dos estados Acre e Rondônia. Devem ser disponibilizadas ao sistema as usinas Termonorte I e Termonorte II, por conta do cenário de severidade hidrológica da bacia do rio Madeira.

CMSE determina acionamento de termelétricas em regiões afetadas pela seca no Norte

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou, em reunião realizada ontem, 4 de outubro, o despacho de termelétricas em regiões atingidas pela seca na região Norte, a fim de garantir a segurança energética dos estados Acre e Rondônia. Devem ser disponibilizadas ao sistema as usinas Termonorte I e Termonorte II, por conta do cenário de severidade hidrológica da bacia do rio Madeira.

A proposta partiu do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), e foi aprovada pelo CMSE, que determinou que o operador e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) viabilizassem a deliberação.

A Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME vai coordenar, com apoio técnico do ONS e da Empresa de Pesquisa Energética (ONS) estudos para avaliação da resiliência do sistema elétrico nos estados do Acre, Rondônia e Amapá frente às mudanças climáticas, para manter a capacidade do atendimento eletroenergético em cenários futuros de escassez hídrica ou cheias extraordinárias.

Situação de escassez no rio Madeira

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Durante a reunião, o ONS informou que setembro foi marcado por déficit de chuvas na bacia Amazônica, levando à paralisação da usina hidrelétrica de Santo Antonio, localizada no rio Madeira, em Rondônia, desde 1º de outubro. O CMSE sugeriu à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) o reconhecimento da situação de escassez na bacia do rio Madeira.

As usinas termelétricas Termonorte I e II têm, respectivamente, 64 MW e 349 MW, e têm como principal acionista Carlos Suarez, um dos fundadores da OAS.

A nota do CMSE “reconheceu a importância” das duas termelétricas, diante da severidade da crise hídrica do rio Madeira, e indicou a necessidade da Aneel e ONS adotarem as medidas necessárias para a retomada da disponibilidade das usinas.

Roraima

Com relação ao suprimento de Roraima, único estado isolado do Sistema Interligado Nacional (SIN), o ONS recomendou e o CMSE aprovou a terceira revisão do Plano de Substituição do Parque Gerador do Sistema Elétrico de Roraima, considerando as condições locais, atuais e previstas, de atendimento à carga e demanda máxima.

Comitiva no Norte

A reunião do CMSE de ontem foi presidida por Efrain Cruz, secretário-executivo do MME, enquanto o ministro Alexandre Silveira integrava a comitiva liderada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, em visita às áreas afetadas pela seca no Norte do país. Na ocasião, Alckmin destacou que o fornecimento está garantido mesmo com a paralisação de Santo Antônio, uma vez que foi feito um trabalho com antecedência para garantir óleo diesel. 

Chuvas no Sul e carga nas alturas

O ONS informou ao CMSE que as precipitações intensas no Rio Grande do Sul ficaram acima das médias históricas das bacias dos rios Jacuí, Uruguai e Taquari-Antas. A Energia Natural Afluente (ENA) do Sul ficou em 138% da média histórica, mas ficou abaixo de 100% no restante do país: 87% no Sudeste/Centro-Oeste, 70% no Nordeste e 73% no Norte.

A carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu o recorde de 93.949 MW às 19h do dia 26 de setembro, em meio aos recordes de temperatura registrados no país.

Apesar disso, os estudos do ONS apontaram que as condições de atendimento ao SIN permanecerão confortáveis até março de 2024, com eventual despacho termelétrico apenas para atendimento à ponta de carga.

No cenário inferior do ONS, para outubro, a ENA deve ficar abaixo da média histórica em todo o Brasil, com média de 65% no SIN, sendo o 6º menor valor para outubro em um histórico de 93 anos. Já o cenário superior para o mesmo mês aponta ENA acima da média histórica apenas no Sul, com média de 91% no SIN, sendo o 38º menor da série histórica.