Planejamento

Empregos no setor de renováveis crescem 15% em três anos, diz AIE

A quantidade de empregos no setor de energia aumentou mais de 5% entre 2019 e 2022, com 67 milhões de trabalhadores no mundo – o equivalente a 3% de toda a força de trabalho. O crescimento foi puxado pelo segmento de renováveis, que teve aumento de 15% no período, somando 35 milhões de postos de trabalho. Com isso, o número de pessoas atuando em renováveis já supera em 4,7 milhões os níveis pré-pandemia.

Empregos no setor de renováveis crescem 15% em três anos, diz AIE

A quantidade de empregos no setor de energia aumentou mais de 5% entre 2019 e 2022, com 67 milhões de trabalhadores no mundo – o equivalente a 3% de toda a força de trabalho. O crescimento foi puxado pelo segmento de renováveis, que teve aumento de 15% no período, somando 35 milhões de postos de trabalho. Com isso, o número de pessoas atuando em renováveis já supera em 4,7 milhões os níveis pré-pandemia.

Apesar do crescimento acelerado, a falta de mão-de-obra qualificada pode comprometer o desenvolvimento da indústria de renováveis, já que a formação de profissionais como eletricistas especializados no setor de energia, engenheiros, tecnólogos e cientistas não estaria acompanhando o ritmo da demanda da indústria.

A indústria de energia solar é a que mais emprega entre as renováveis, com quase quatro milhões de postos de trabalho, sendo metade relacionada à instalação de novas placas. Atividades relacionadas à fabricação de veículos elétricos e baterias estão em segundo lugar entre as que mais empregam, superando dois milhões de trabalhadores. O setor de veículos e baterias elétricos também é o que cresce de forma mais acelerada, a uma taxa de 148% no período.

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Em seguida, estão os empregos relacionados a energia eólica, com 1,5 milhão de postos, sendo que 80% dos trabalhadores estão no segmento de eólicas offshore. Atualmente, a China concentra 40% dos empregos em eólicas. Projetos no Brasil, Chile e Colômbia apresentaram rápido crescimento, com recrutamento de 20 mil trabalhadores.

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As informações são do relatório World Energy Employment (“Emprego mundial em energia”, em tradução livre), divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quinta-feira, 15 de novembro. Segundo o estudo, em 2023 os empregos no setor de energia devem crescer 4,5%.

Setor de óleo e gás recuperou níveis pré-pandemia, puxado por GNL

Segundo a AIE, em 2021 a indústria renovável superou a de energia fóssil em postos de trabalho, em uma proporção desigual em relação à quantidade de energia gerada em cada setor. Para a agência, este desequilíbrio reflete os desafios da construção de uma nova infraestrutura de energia, em comparação com a operação de instalações já existentes.

Segundo o relatório, a indústria de óleo e gás empregava 11,5 milhões de pessoas em 2022 e também superava os níveis pré-pandemia. O crescimento de empregos no período se deve, sobretudo, ao setor de gás liquefeito de petróleo (GNL), que teve investimentos de US$ 37 bilhões, e a investimentos de midstream, considerando o contexto de crise energética estabelecido com a invasão russa à Ucrânia.

Entre os poucos grandes investimentos em upstream, a AIE menciona o projeto de Mero 4, da Petrobras, no pré-sal da Bacia de Santos, com investimentos de US$ 2,5 bilhões. O relatório também destaca o investimento de US$ 10 bilhões da ExxonMobil no projeto Yellowtail, no bloco de Stabroek, na Guiana.

Segundo o levantamento da AIE, a indústria de óleo e gás começa a se deparar com dificuldades para a contratação de trabalhadores, pois questões como a transição energética estariam reduzindo o interesse de novos profissionais pelo segmento. O fenômeno ocorre sobretudo em economias desenvolvidas – nos Estados Unidos, por exemplo, o número de formandos em engenharia do petróleo caiu 80% entre 2017 e 2022. Além disso, segundo a Agência, trabalhadores do setor têm se interessado em sair da indústria.

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Em biocombustíveis e biogás, Brasil, Indonésia e EUA respondem por 30% dos empregos

O setor de biocombustíveis e biogás emprega 3,6 milhões de pessoas em atividades relacionadas ao cultivo e processamento de matérias-primas, construção de instalações para biocombustíveis e biogás e distribuição ao mercado. Cerca de 30% destes postos de trabalho estão no Brasil, Indonésia e nos Estados Unidos, e funções relacionadas ao cultivo e tratamento da matéria-prima demandam 40% da força de trabalho. A produção de pallets e o tratamento de biomassa a partir de resíduos de colheita não foram considerados pela AIE no relatório.

Segundo a agência, a demanda de biocombustíveis aumentou 5% em 2022, chegando a 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2022.

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