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Evento zero do ‘apagão’ aconteceu em linha da Chesf; ONS não achou causa técnica para efeito em cascata

O evento zero do apagão que deixou mais de 27 milhões de consumidores sem energia em 25 estados brasileiros na terça-feira, 15 de agosto, aconteceu na linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza II, da Chesf, por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência, às 8h31, envolvendo o Sistema Interligado Nacional (SIN). O evento foi confirmado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pela própria Eletrobras. “Destaca-se que a manutenção dessa linha de transmissão está em conformidade com as normas técnicas associadas”, disse a Eletrobras em nota, reforçando que o desligamento da linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido.

Alexandre Silveira dá entrevista a jornalistas
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia | MegaWhat

O evento zero do apagão que deixou mais de 27 milhões de consumidores sem energia em 25 estados brasileiros na terça-feira, 15 de agosto, aconteceu na linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza II, da Chesf, por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência, às 8h31, envolvendo o Sistema Interligado Nacional (SIN). O evento foi confirmado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pela própria Eletrobras.

“Destaca-se que a manutenção dessa linha de transmissão está em conformidade com as normas técnicas associadas”, disse a Eletrobras em nota, reforçando que o desligamento da linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido.

“As redes de transmissão do SIN são planejadas pelo critério de confiabilidade “n-1”, de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia”, disse a Eletrobras em nota.

A jornalistas, após reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), Alexandre Silveira, também declarou que isoladamente, o evento não seria suficiente para causar o colapso do sistema como um todo.

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“É um evento que ocorreu em uma linha da Eletrobras, da Chesf, por um erro de programação, o sistema não se protegeu como deveria ter acontecido e ocasionou uma série de outras falhas dos sistemas e que serão apuradas pelo ONS [Operador Nacional do Sistema]”, disse o ministro.

Silveira destacou que o CMSE continuará reunido para dar clareza e transparência à população, mas que o Operador ainda não identificou o que teria causado um segundo ou demais eventos para desligar o sistema em cascata. Dessa forma, ele não pode descartar qualquer evento de sabotagem.

“Eu gostaria de compreender diferente, mas mais do que nunca, eu acho que é extremamente necessária a participação muito ativa da Polícia Federal neste caso, já que o ONS não teve como apontar uma falha técnica que pudesse causar um evento com a dimensão que teve a paralisação da energia no país”, reforçou Silveira.

Quanto ao prazo de 48h dado pelo ONS para um relatório detalhado, o ministro destacou que foi apresentado aquilo que foi possível fazer tecnicamente durante a reunião do CMSE

“Mas eu adianto que eu pedi todo vigor da Polícia Federal e celeridade dentro do possível, dentro da estrutura que ela tem, tanto quanto pedi à Aneel e ao ONS, para que acelerem o máximo possível todas as apurações necessárias para que a sociedade brasileira, mais uma vez, além do conhecimento, tenha a tranquilidade”, concluiu Silveira.

Mais tarde, o ONS divulgou suas conclusões iniciais. O levantamento indica que houve, após a abertura da linha, afundamento brusco de tensão seguido da atuação de proteções de caráter sistêmico instaladas no SIN. Os eventos levaram à interrupção no fornecimento de cerca de 18,9 GW no SIN.

“Tivemos um evento de grandes proporções e uma resposta ativa e adequada. A análise preliminar aponta as causas do ocorrido e agora vamos aprofundar os estudos para redefinir mecanismos de prevenção. As ações de segurança que foram adotadas permitiram, por exemplo, que subsistemas que não estavam no centro do problema tivessem uma retomada mais rápida da carga. Por fim, destaco que o ONS se comprometeu a apresentar as primeiras conclusões em até 48 horas e estamos cumprindo este prazo. Nosso papel é esse: gerir o SIN de forma eficiente, transparente, responsável e à serviço da sociedade brasileira”, afirma em nota o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.

*Matéria atualizada às 08:50 de 17 de agosto para inclusão do posicionamento do ONS

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