Mobilidade

GNV pode ter viabilidade econômica no transporte de carga, diz EPE

Caminhão na estrada.  | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Caminhão na estrada. | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estudou a viabilidade econômica de veículos rodoviários de carga movidos a gás natural veicular (GNV) e energia elétrica, em comparação com o caminhão movido a óleo diesel. O resultado da EPE é que os veículos “alternativos” ainda não apresentam viabilidade econômica no país para caminhoneiros autônomos. No caso de empresas frotistas, que conseguem negociar melhor o custo de combustível e o preço de compra dos veículos, o GNV apresenta atratividade “marginal”.

Para caminhoneiros autônomos, os modais “alternativos” não apresentam viabilidade comercial em quase todos os casos, mesmo com o combustível mais barato, em função do alto custo de aquisição dos veículos e financiamento mais caro. A única exceção é a Bahia, onde as despesas acumuladas do caminhão movido a GNV são menores do que as do caminhão movido a diesel.

Já para empresas frotistas, as despesas com caminhões movidos a GNV ficam ligeiramente mais baratas em todos os estados estudados, embora bem próximas às despesas com caminhões a diesel.

A EPE também avaliou o impacto de um eventual mercado de carbono no Brasil, que remunerasse o carbono evitado no caso dos caminhões elétricos. Esta possibilidade foi considerada apenas para empresas frotistas, já que a certificação do carbono não emitido demanda esforços e custos, que dificilmente seriam empreendidos por motoristas autônomos.

Mesmo assim, o estudo calculou que, para atingir a viabilidade econômica dos caminhões elétricos, seria necessário o pagamento de R$ 2.450 por tonelada evitada de CO2, “valor muito superior ao preço de comercialização observado em diversos mercados do mundo”. Neste cenário, os caminhões elétricos no Ceará alcançariam até mesmo vantagens econômicas em relação aos demais combustíveis.

Parâmetros do estudo da EPE

A EPE não considerou variáveis como infraestrutura de abastecimento ou recarga, e nem o tempo de recarga ou abastecimento dos veículos alternativos. “Não obstante seja ponto importante para a tomada de decisão, por simplificação, tais temas não foram considerados neste trabalho”, diz a nota técnica.

No estudo, a EPE considerou um veículo de três eixos, de categoria semipesado, com capacidade da composição veicular de 23 toneladas e carga útil de 13 toneladas, que, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), representa mais de 22% do universo de caminhões no país. O estudo fez os cálculos considerando um espaço de 84 meses.