A sustentabilidade foi bastante mencionada durante a cerimônia de lançamento do Novo PAC, que ocorreu na última sexta-feira, 11 de agosto, no Rio de Janeiro. Inclusive, com o lançamento de um “Plano de Transformação Ecológica” que incluiria o próprio PAC, mas que não foi bem detalhado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças Climáticas).
Sobre o plano, Haddad mencionou que há uma “aliança estratégica” entre seu ministério e o de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, áreas que seriam normalmente vistas como adversárias. Segundo o ministro, o Plano de Transformação Ecológica deve abarcar transição energética, novas regulações que favoreçam investimentos verdes, finanças sustentáveis, economia circular, bioeconomia, adaptação à mudança do clima, ciência e tecnologia e outras áreas.
Na coletiva de imprensa, a ministra de Meio Ambiente e Transição Energética, Marina Silva, disse que o Plano de Transformação Ecológica é “vivo em vários aspectos”, como infraestrutura, agricultura e energia. “Como o Plano é um processo em movimento, nunca estará acabado”, disse a ministra.
Ela celebrou a visão integrada entre desenvolvimento e sustentabilidade, e disse que novos servidores devem ser contratados para atender à demanda do órgão.
Créditos de carbono: votação no congresso esperada em agosto
Em seu discurso na cerimônia de lançamento, Haddad também mencionou o mercado de créditos de carbono no Brasil. Em conversa com jornalistas, ele explicou que o Executivo está trabalhando com o Senado para a elaboração de um texto sobre o tema, que deve ser votado em agosto.
O que deve ocorrer em setembro ou outubro, segundo Haddad, é a primeira emissão de títulos soberanos verdes, instrumentos de dívida pública lastreados em programações orçamentárias da União destinadas ao desenvolvimento sustentável.
GD no Minha Casa, Minha Vida pode vir de contratação de parques
Em coletiva de imprensa após a cerimônia de lançamento do Novo PAC, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, declararam que a geração solar fotovoltaica em conjuntos habitacionais do projeto Minha Casa, Minha Vida são uma prioridade.
Segundo Costa, a geração distribuída poderá vir da contratação de parques solares por investimento cruzado. “O que interessa não é a placa física dentro do conjunto habitacional, e sim a redução na conta da população de baixa renda”, disse Costa. Ele adiantou que há discussão para um marco legal sobre o tema.
Barbalho Filho também informou que, após o veto presidencial, foi criado um grupo de trabalho que inclui os ministérios das Cidades, Casa Civil e de Minas e Energia para viabilizar a geração distribuída nos conjuntos habitacionais.
Elbia Ganoum como representante do setor produtivo privado
Na cerimônia de lançamento do Novo PAC, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), Elbia Gannoum, representou o “setor produtivo privado e o conceito de desenvolvimento econômico e social sustentável”.
Em sua fala, Gannoum destacou o potencial brasileiro para bens e serviços descarbonizados e o efeito multiplicador da energia eólica. Segundo ela, os parques eólicos levaram a um crescimento de 20% região nordeste e de 21% no índice de desenvolvimento humano (IDH) na região, e cada R$ 1 investido em eólica retorna R$ 2,9 para a economia.
“Nossa grande vantagem nesse momento é ser reconhecido como exemplo mundial em energia limpa”, disse Lula
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a grande vantagem do Brasil está em sua matriz energética renovável. “Aproveitaremos essa que talvez seja a maior oportunidade histórica da nossa geração em nos tornar a grande potência sustentável do planeta e o Novo PAC certamente ajudará isso”, disse o presidente na cerimônia de abertura. Ele também mencionou os investimentos em energia renovável e as possibilidades em hidrogênio verde do país.