O Plano Decenal de Energia 2031, com publicação prevista para o início de 2022, deve contar com uma revisão da expansão da geração distribuída nos próximos dez anos, superando 30 GW de capacidade instalada. No PDE 2030, a previsão era de que a fonte alcançasse 24,5 GW no horizonte do planejamento.
O incremento por meio da geração distribuída para a próxima publicação foi anunciado pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, durante a apresentação “Brasil: País de energia limpa!” no estande brasileiro da COP26. Além disso, o PDE 2031 contará com um capítulo destinado ao avanço da tecnologia do hidrogênio no país.
Na apresentação, Barral também destacou que em 2020, quase 48% de toda a energia consumida no Brasil veio de fontes renováveis, enquanto a média mundial (que considera dados de 2019), foi de 13%.
Considerando toda a energia consumida no Brasil em 2019, 18% foram referentes ao consumo de eletricidade, sendo o restante, da queima de combustíveis para movimentar veículos e processos restantes. Dentro desses 18%, 86% são de fontes renováveis, enquanto na comparação mundial, a média de renováveis para eletricidade foi de 26%.
No entanto, para o presidente da EPE, não podemos ficar estacionados nos patamares atuais ou apenas satisfeitos com esse montante de renováveis na matriz brasileira, uma vez que a demanda continuará a crescer nos próximos anos.
“O acesso aos serviços energéticos vai crescer. O Brasil vai precisar de energia para sustentar a sua necessidade de desenvolvimento social e econômico nas próximas décadas, continuando o processo de transição energética da matriz para sustentar esse aumento da oferta de energia e seus serviços energéticos”, disse Barral.
A partir de 2021 o planejamento enxerga uma redução da hidroeletricidade por conta de fatores climáticos, enquanto para as fontes eólicas e solares fotovoltaicas e o biogás, deve ocorrer um crescimento acima da média no suprimento da eletricidade.
Sobre a participação do setor de energia nas emissões de CO2, no consumo ou produção, Barral destacou que o brasileiro, na relação de emissão por habitante, emite 1/7 do que um norte americano emite, e 1/3 da emissão de um europeu ou chinês.
“Qualquer que seja a perspectiva que usamos para olhar as emissões do setor de energia no Brasil, o patamar se mostra bastante abaixo de outras economias que a gente possa se comparar”, completou o presidente da EPE.