O Plano Nacional de Energia 2055 (PNE 2055), que será apresentado ao Ministério de Minas e Energia (MME) em breve para abertura de consulta pública, apresenta diferentes cenários para a expansão da matriz energética brasileira a partir de cenários de transição energética justa até a desperdiçada.
Pontos desse texto foram adiantados pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Prado, durante o evento da ISA Energia “O setor elétrico rumo à COP30”, em Brasília, nesta quarta-feira, 27 de agosto.
“A gente deve fornecer esse material para o ministério para consulta pública no segundo semestre. É um instrumento muito mais político, que mostra as direções possíveis dos cenários, e a gente cenarizou cinco possibilidades”.
Segundo Prado, o cenário 2055 mostra uma intensidade grande de captura e estocagem de carbono, dado que a matriz brasileira ainda precisa de flexibilidade. A trajetória da inserção de fontes na matriz se mantém predominantemente renovável, com muitas variáveis, e que demandam a complementação do gás natural.
Para a manutenção dessa trajetória com uma “pegada de carbono neutra”, a EPE traça esse olhar até 2055 trazendo os resultados para o presente, buscando o orçamento e o zoneamento dos locais que têm maior propensão para estocagem e armazenamento de carbono.
Do futuro para o presente
Impulsionando uma trajetória com menores custos futuros para alcançar o net zero, o armazenamento em baterias se faz importante neste plano, bem como as hidrelétricas reversíveis e a ampliação massiva de biocombustíveis, para substituições na indústria, principalmente a do transporte.
“A eletrificação passa a ser também esse elemento específico, muito importante junto com o hidrogênio, e aí existem as outras tecnologias não convencionais, como a termonuclear, e alguns cenários em que a gente avança com os pequenos reatores nucleares, tanto como aplicação para a produção de hidrogênio, como também como uma solução de eletrificação em um cenário em que a gente projeta uma demanda mais intensificada com as questões de data centers e de hidrogênio verde”, explicou o presidente da EPE.
Os planos de longo prazo, como o PNE 2055, ajudam a orientar o planejamento estratégico do setor, além de se alinhar com o Plano Decenal de Energia (PDE).