PDE 2034

Produção de petróleo no Brasil deve crescer quase 60% até o pico, em 2030

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que 94% do petróleo na próxima década virá de reservas já descobertas

FPSO no pré-sal / Agência Brasil
FPSO no pré-sal | Agência Brasil

Em 2030, o Brasil deve produzir 5,4 milhões de barris de petróleo por dia – o que representa um aumento de 58,8% em relação aos 3,4 milhões de barris de óleo produzidos por dia em 2023, segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O salto virá, sobretudo, de reservas já conhecidas, sendo o pré-sal responsável por 77,8% da produção petroleira em 2030.

As projeções são das Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que nesta semana divulgou o Caderno de Previsões da Produção de Petróleo e Gás Natural, como parte dos estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034).

O ano de 2030 deve ser o pico da produção de petróleo no país, mesmo que recursos ainda não descobertos entrem em operação. Assim, o país deve chegar a 2034, último ano da análise, com produção na casa de 4,4 milhões de barris de óleo por dia – um milhão a menos do que no pico em 2030.

Segundo a EPE, até 2034 cerca de 94% da produção ocorrerá em reservas já descobertas – que, na metodologia da instituição, correspondem a áreas com comercialidade declarada e descobertas em avaliação. O pré-sal deverá responder por cerca de 76% da produção de óleo daqui a dez anos.

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O cenário de forte participação de ativos conhecidos reflete, em parte, a queda das atividades exploratórias nos últimos anos. Considerando que o intervalo entre a exploração e a produção de petróleo pode levar entre 3 e 5 anos para bacias onshore e de 7 a 10 anos para bacias offshore, a EPE avalia haver “necessidade imediata do esforço exploratório para conter o declínio da produção prevista para os próximos anos”.

Cerca de 12% da produção em 2034 deve vir de áreas hoje em avaliação, segundo o levantamento. Já recursos ainda não descobertos em áreas já contratadas podem representar 4% da produção de óleo em 2034, enquanto recursos em áreas que ainda estão com a União podem representar 2% da produção no final do período estudado – mas a EPE ressalva que esta contribuição depende de novas contratações.

Gás natural

O volume de gás natural que deve chegar ao mercado – chamado de “produção líquida” pelo estudo – é crescente ao longo dos próximos dez anos, atingindo 134 milhões de m³ por dia em 2034. Do total previsto para o período, 98% devem vir de áreas com comercialidade já declarada ou descobertas em avaliação. O pré-sal deve ampliar sua participação dos atuais 54% da produção líquida para 60% em 2034.

Já a “produção bruta” – que inclui consumo próprio das plataformas, injeção, queima e perdas – deve ser de 315 milhões de m³ por dia em 2034, com pico de 316 milhões de m³ por dia em 2031. Assim, em 2034, 42,4% do gás natural produzido será disponibilizado ao mercado, o que significa uma ampliação da disponibilização frente aos 34,4% disponibilizados em 2023, segundo informações da ANP.

Produção onshore

As reservas onshore devem atingir produção de 311 mil barris de óleo equivalente por dia em 2034, atingindo o pico do decênio. Cerca de 72% da produção onshore deste período deve vir de recursos descobertos (áreas com comercialidade declarada ou descobertas em avaliação).

Dos 311 mil barris de óleo equivalente esperados para 2034, 125 mil barris por dia devem ser de petróleo. Deste montante, 47% devem vir de recursos descobertos.

A produção bruta onshore de gás natural esperada para o ano de 2034 é de 30 milhões de m³ por dia, dos quais cerca de 26,4 milhões de m³ por dia devem ser disponibilizados ao mercado.