PDE 2034

SIN precisará de potência adicional a partir de 2027, calcula EPE

UTE a gás natural Complexo Parnaíba / Crédito: Eneva
UTE a gás natural da Eneva no Complexo Parnaíba. Empresa alcançará 6,6 GW de potência com novas usinas. | Eneva

O Sistema Interligado Nacional (SIN) precisará de potência adicional a partir de outubro de 2027, e o déficit chegará a 5,5 GW já em 2028, segundo projeções do Plano Decenal de Energia (PDE) 2034, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo o estudo, até 2034, o déficit de potência deve se aproximar de 35 GW.

Em relação à oferta de energia, o PDE avalia que os critérios de risco relacionados ao custo deixam de ser atendidos entre o segundo semestre de 2028 e o primeiro semestre de 2029.

O documento pondera que o requisito de energia possui “marcante sazonalidade” em função do período seco e tende a crescer ao longo dos anos. Mesmo assim, o PDE avalia que “os requisitos de energia e potência são crescentes ao longo dos anos, mostrando a importância de uma expansão perene e uma estratégia para viabilizar investimentos de forma contínua”.

Critérios e cenários

O PDE considera que a carga bruta no SIN deve crescer em média cerca de 3,3% nos próximos dez anos. O documento faz uma projeção de demandas média e máxima, que podem estar entre 110 GW médios e 140 GW médios em janeiro de 2034.

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Em relação à carga líquida, o PDE projeta que a carga horária do SIN poderá passar do pico atual entre 60 GW e 70 GW, para uma faixa entre 80 GW e 90 GW em 2032.

Os cálculos de potência e oferta buscam o atendimento a um cenário base, formado pela projeção de demanda máxima líquida instantânea, somada às necessidades de reserva operativa do sistema.

Do lado do suprimento, os cálculos utilizam apenas o parque existente e contratado, incluindo expansões já acertadas. Assim, entram na conta as expansões contratadas em leilões regulados e as térmicas a gás natural previstas pela lei de privatização da Eletrobras (lei 14.182/2022). O Complexo Jorge Lacerda, beneficiado pela Lei n° 14.299/2022, também é considerado na conta.

Por outro lado, saem da equação cerca de 14,5 GW em térmicas em final de contrato e que tenham expectativa de perda dos benefícios relacionados a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e do Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT) ao longo do horizonte decenal, além de usinas merchant que alcancem 20 anos de operação comercial.