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Eletrobras mira leilões, mas acabaram os lances ‘patrióticos’, diz Ivan Monteiro

Presidente da Eletrobras comentou estratégias para leilões no MinutoMega Talks

Camila Maia e Ivan Monteiro no MinutoMega Talks
Camila Maia e Ivan Monteiro no MinutoMega Talks | MegaWhat

Pouco mais de dois anos após a privatização, a Eletrobras amadurece sua participação em leilões. Segundo o presidente da companhia, Ivan Monteiro, os leilões de transmissão continuam sendo uma estratégia importante para o crescimento da companhia, mas os lances “patrióticos” não devem mais acontecer. “Isso significa taxa de retorno compatível com o custo de capital da Eletrobras”, disse o executivo durante o evento MinutoMega Talks, realizado nesta segunda-feira, 25 de novembro.

Segundo o executivo, a empresa já avançou em processos para alinhar a participação das subsidiárias em leilões, evitando que mais as empresas da holding participem de um mesmo certame com estratégias diferentes. ”Havia uma superposição”, reconhece. Mesmo assim, Monteiro avalia que há um caminho até a unificação completa. “Esse é um processo que vai levar um tempo, mas várias funções já estão centralizadas e sob o comando único”, disse.

A centralização também se reflete na relação com fornecedores, e a Eletrobras hoje consegue divulgar com antecedência seu calendário de demandas e investimentos, diz Monteiro. Segundo o executivo, esta novo sistema oferece ganhos de custo e mais eficiência à Eletrobras. Além disso, possibilita que as indústrias fornecedoras se preparem, o que abriu caminho para parcerias melhores.

Ao mesmo tempo, houve dificuldades para fornecedores que antes estavam habituados a participar de diferentes processos para empresas da Eletrobras. “Hoje, quando a gente faz uma requisição de equipamento, você não faz para uma subsidiária, você faz o nome do grupo da Eletrobras. Hoje, se ele [fornecedor] perde um processo, a gente diz para ele, nos liga daqui a dois anos, porque não vai ter outro”, diz.

Linhão de Tucuruí sai, mesmo sem retornos satisfatórios

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Ivan Monteiro também comentou sobre projetos da Eletrobras arrematados antes da privatização a taxas mais “patrióticas”, como o parque eólico e Coxilha Negra, da subsidiária Eletrosul e que tem investimentos estimados em R$ 2 bilhões, e o Linhão Manaus-Boa Vista, projeto de transmissão também conhecido como Linhão de Tucuruí em que a subsidiária Eletronorte possui 49% de participação, junto a Alupar, com os 51% restantes. O Linhão de Tucuruí foi licitado em 2011 e deveria ter começado a operar em 2015, mas enfrentou questões de licenciamento ambiental e ações civis públicas.

Segundo ele, a companhia tenta melhorar as taxas de retorno destes projetos por meio de inteligência, mas nem sempre as taxas são satisfatórias. Ainda assim, Monteiro garante que a Eletrobras vai concluir os projetos. “Pior do que ter um retorno ruim, é ter um retorno eternamente ruim, que é não entregar o projeto”, disse.

A manutenção destes ativos no portfolio dependerá da demanda do mercado e da sua interligação com os processos da companhia. “E essa é uma informação que agora será dada do cliente para dentro, não da Eletrobras para fora. Então, aqueles ativos e aquelas soluções necessárias para que aumente a competitividade da empresa junto aos clientes, esses serão priorizados”, disse.