Até 18 GW

Hidrelétricas estão prontas para ampliar potência e pedem leilão exclusivo para a fonte

Edvaldo Risso, Marisete Pereira e Gentil Nogueira durante o Aquecimento do MinutoMega Talks
Segundo Marisete Pereira, presidente da Abrage, hidrelétricas estão prontas e podem entregar potência, flexibilidade e armazenamento em leilão.

Projetos de ampliação e modernização de usinas hidrelétricas já estão prontos para atender a demanda de potência do sistema elétrico a partir de 2029, e podem garantir uma oferta adicional de até 18 GW, segundo estimativas de Marisete Pereira, presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage).

O leilão de reserva de capacidade (LRCap) aconteceria no dia 27 de junho, mas foi cancelado no início de abril pelo governo depois que agentes ligados a termelétricas questionaram as regras na Justiça.

Segundo Marisete Pereira, os problemas com os produtos voltados às termelétricas não devem ser motivo para mais adiamento do certame, que ainda não foi remarcado. Durante o Aquecimento do MinutoMega Talks, realizado pela MegaWhat em Brasília nesta quarta-feira, 3 de junho, a presidente da entidade, defendeu a realização de um leilão exclusivo para projetos hidrelétricos, com foco em ampliação de casas de força e instalação de novas turbinas em usinas que já têm infraestrutura existente.

Oportunidades para hidrelétricas

“Esses projetos já estão com estudos aprovados no Ibama, com outorga da Aneel e com contratos de fornecimento negociados. Se forem contratados agora, eles conseguem entregar energia a partir de 2029″, afirmou.

O LRCap de junho teria apenas um produto voltado às hidrelétricas, com entrega em 2030, mas a executiva afirmou que cerca de 1,2 mil MW podem ser entregues até 2029, e outros 3,6 mil MW entre 2030 e 2031.

Flexibilidade e armazenamento

A executiva acrescentou que as hidrelétricas são capazes de oferecer flexibilidade e serviços de armazenamento de energia, atributos considerados estratégicos diante do crescimento das fontes intermitentes. Ela também destacou que, por utilizarem estruturas já construídas, esses empreendimentos têm custos mais competitivos e menor impacto ambiental. “As fábricas estão com capacidade de entrega, mas o Brasil precisa entrar logo na fila. Se demorar muito, vamos perder janela de produção para outros países”, alertou.

Pereira observou ainda que a possível aprovação do novo marco legal das hidrelétricas pode ampliar o número de projetos viáveis nos próximos anos, inclusive com possibilidade de licitação de novas grandes usinas no país, não só da expansão das existentes. A proposta está em tramitação no Congresso Nacional.

>> Ouça o MinutoMega: Leilão de reserva de capacidade pode ficar para 2026