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Vibra vê transição energética com ‘cautela’ e puxada pela demanda do consumidor

Clarissa Sadock, vice-presidente da Vibra que vai assumir comando da Comerc, participou do MinutoMega Talks

Clarissa Sadock, vice-presidente de energias renováveis da Vibra, e a jornalista da MegaWhat Natalia Bezutti
Clarissa Sadock, vice-presidente de energias renováveis da Vibra, e a jornalista da MegaWhat Natalia Bezutti | MegaWhat

A Vibra Energia, que está prestes a concluir a aquisição total da Comerc, avalia que a transição energética é um desafio em um mundo com necessidades crescentes de energia. Neste contexto, será a demanda do consumidor que deve continuar puxando o ritmo da energia verde.

É assim que tem ocorrido na Vibra, segundo informou a vice-presidente de Energias Renováveis da companhia, Clarissa Sadock, durante o evento MinutoMega Talks, realizado nesta segunda-feira, 25 de novembro.

A empresa, que já atua na distribuição de biocombustíveis, tem acordos sobre SAF (combustível sustentável de aviação, na sigla em inglês) com a Brasil BioFuels e com a Gol, e tem participação na ZEG Biogás, que produz biometano, além de acompanhar com interesse o mercado de e-metanol.

Segundo Sadock, estas parcerias ainda são pequenas diante do tamanho da Vibra, mas são importantes para pavimentar o futuro da companhia. “A gente está num mercado em que o cliente puxa as demandas e as suas necessidades. Em função da demanda do cliente, a gente percebe a aviação andando na frente”, disse a executiva.

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Pelo mesmo motivo, ela não acredita que a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas deve frear o avanço da transição energética, apesar de o republicano ser um defensor do petróleo. “Eu diria que hoje o principal driver de busca por fontes renováveis vem muito mais de cliente do que de políticas públicas”.

Mesmo assim, no Brasil, a empresa acompanha a discussão de regulações que estimulem os biocombustíveis, como o Combustível do Futuro e mercado de carbono. “São pequenos passos, mas necessários”, avalia Sadock. Para ela, é importante que as regulações sejam definidas, pois as empresas precisam de um tempo para se adaptar a elas.

No caminho para a transição energética, Sadock vê a mistura de biocombustíveis com combustíveis fósseis como uma forma de reduzir o impacto do custo dos combustíveis verdes e aumentar a confiança em relação à sua qualidade e performance. Enquanto isso, a indústria poderá aumentar o volume de produção e melhorando os custos. 

“Comerc traz mais oportunidades renováveis”

Em agosto, a Vibra anunciou a decisão de adquirir a totalidade da Comerc, após já ter comprado metade da companhia. Neste movimento, Clarissa Sadock, que é vice-presidente da Vibra, passará a cumular a presidência da Comerc.

A executiva avalia que a aquisição traz mais possibilidades de energia renovável ao portfólio da companhia, e posiciona a Vibra como “a maior plataforma multi-energias do Brasil”. A complementaridade de portfólio também ajuda a Vibra a alavancar negócios, com ofertas mais robustas e diversificadas aos clientes.

Segundo Sadock, hoje a Vibra atua não apenas na descarbonização dos clientes, mas os ajuda a entender o tamanho da própria pegada de carbono. “Não estou só oferecendo produto e discutindo preço. A gente começa a discutir um leque muito maior de possibilidades, gerando uma intimidade muito maior com os nossos clientes. É um serviço agregado, digamos assim”, avalia.

Baterias

Com a Comerc, a Vibra também passa a ter a oferta de baterias. A Comerc já atua com baterias em sistemas isolados, com suporte de geração solar. Com a possibilidade de um leilão que englobe também o armazenamento por bateria, a Vibra acompanha os desdobramentos, mas não promete anúncios em breve. “É um mercado que nos interessa, porque o Brasil tem tudo para ter uma participação maior de baterias”, disse.