Política Energética

Ações da Cemig despencam após Zema sinalizar federalização da companhia

As ações da estatal mineira Cemig fecharam com queda de quase 10% no pregão desta quarta-feira, 22 de novembro, depois que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse concordar com a federalização de ativos do estado para pagar a dívida com a União. Zema participou de uma reunião na tarde de hoje com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também teve a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para tratar da proposta.

Ações da Cemig despencam após Zema sinalizar federalização da companhia

As ações da estatal mineira Cemig fecharam com queda de quase 10% no pregão desta quarta-feira, 22 de novembro, depois que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse concordar com a federalização de ativos do estado para pagar a dívida com a União.

Zema participou de uma reunião na tarde de hoje com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também teve a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para tratar da proposta.

Ao deixar o encontro, Zema foi questionado por jornalistas sobre as tratativas e disse estar “de acordo” com a federalização dos ativos, segundo o jornal O Globo. 

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Assim que a notícia foi publicada, por volta de 15h35, as ações da Cemig passaram a operar com forte queda, refletindo a decepção do mercado financeiro, que apostava na privatização da empresa, caminho que sempre foi defendido por Zema desde 2018, quando disputou pela primeira vez o governo mineiro. Foi a plataforma liberal que ajudou a eleger o governador, que foi reeleito no primeiro turno em 2022.

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A dívida de Minas Gerais com a União é de cerca de R$ 160 bilhões, e teria partido de Pacheco a proposta de federalizar ativos do estado mineiro como forma de pagar parte dessas dívidas, uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

“Acredito que o governador Romeu Zema gostou da ideia e já vai tratar diretamente com o ministro Haddad os termos da composição”, disse Pacheco após a reunião, se referindo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Um dos argumentos a favor da proposta é que os servidores das estatais não serão “sacrificados” em função da dívida, uma vez que as empresas continuarão estatais, mas sob controle da União.

Segundo o Valor Econômico, a União deve receber participações acionárias em estatais como Cemig, Copasa e Codemig, e o acordo terá uma cláusula de recompra pelo estado de Minas Gerais em até 20 anos.

Na segunda-feira, 20 de novembro, o Itaú BBA publicou relatório comentando a possibilidade de acordo, vista até então pelo banco – e pela grande maioria do mercado financeiro – como improvável, até pelo histórico de Zema a favor da privatização dessas empresas. 

O relatório se baseou uma conversa com o consultor legal Rafael Favetti, que explicou que o governo mineiro tinha outras alternativas, como pedir uma extensão da decisão judicial que suspendeu o pagamento do serviço da dívida. Além disso, o governo mineiro negocia um acordo bilionário para encerrar processos relacionados ao desastre de Mariana, que poderia aliviar a pressão sobre as contas do estado.

As ações preferenciais da Cemig (CMIG4) fecharam o pregão de hoje com queda de 9,71% , a R$ 11,35. Já as ações ordinárias (CMIG3) tiveram retração de  5,82%, a R$ 16,01.

(Atualizado às 18h23)