Em uma escala que vai de 0 a 100%, a América Latina obteve 22% no Índice de prontidão de transição energética, segundo pesquisa realizada pela Siemens Energy em parceria com a Roland Berger. O levantamento aconteceu entre 8 e 20 de junho, durante a conferência “Latin America Energy Week 2022”, e contou com 530 participantes, entre executivos e representantes governamentais do setor de energia na região.
De acordo com a pesquisa, a maioria dos países da América Latina possui uma “vantagem competitiva natural” graças às suas fontes de energia eólica, solar e hidrogênio verde, permitindo custos de geração altamente competitivos e um potencial econômico para os países da região.
Entretanto, mesmo com uma “base sólida”, os executivos apontaram que para se tornar uma potência mundial é preciso uma implementação sistemática e urgente das prioridades energéticas nos países. Além disso, o envolvimento do governo na definição dos modelos de energia, implementação de regulamentação, infraestrutura e segurança são os principais pontos para ocorrer uma mudança no cenário atual.
César Norton, presidente da HIF Global Chile, afirmou que existe um consenso na comunidade sobre as “imensas” oportunidades da América Latina, mas que é preciso condições ideias para exportar para outras regiões. “Precisamos ter clareza sobre as regulamentações para podermos fazer tais investimentos”, afirmou.
Segundo o levantamento, os executivos reconhecem que houve um progresso em geração de energia, porém a capacidade instalada de fontes renováveis ainda deixa espaço para uma implementação mais ampla no futuro.
Para ocorrer uma mudança no cenário, os participantes elegeram, como passo inicial, a expansão das fontes renováveis para alcançar as metas climáticas de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Outras soluções foram a implementação de armazenamento de energia, descarbonização da indústria e a resiliência dos sistemas de energia.