CMSE

Atendimento à ponta deve contar com despacho ‘mais intenso’ de termelétricas

Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deve adotar medidas que garantam a regularidade do suprimento de gás natural para geração de energia elétrica.

Usina Termelétrica Candiota - Crédito: Âmbar Energia
Usina Termelétrica Candiota - Crédito: Âmbar Energia

O atendimento da demanda máxima (ponta de carga) do Sistema Interligado Nacional (SIN) deve contar com um despacho termelétrico mais intenso, segundo análise apresentada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta quarta-feira, 9 de outubro, durante a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

Com essa previsão, houve recomendação à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para adoção medidas que garantam a regularidade do suprimento de gás natural para geração de energia elétrica.

O despacho termelétrico tem sido adotado pelo ONS nos últimos dois meses para atendimento à ponta da carga, em razão do período seco. O comando dado pelo CMSE em julho deste ano é para que sejam mobilizados recursos para atendimento à ponta da carga, considerando o despacho térmico apenas em horário restrito, entre 17h e 22h.

Para atendimento da demanda máxima, também está mantida a importação de energia e flexibilização de regras operativas, com o objetivo de garantir esse atendimento nos meses de outubro, novembro e dezembro.

Chuvas no Sudeste ainda não refletem nos reservatórios

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Os últimos dias registraram um aumento no volume de chuvas na região Sudeste, sem reflexo ainda nos reservatórios das hidrelétricas da região. Contudo, os modelos meteorológicos indicam intensificação gradual das chuvas no Sudeste nas próximas semanas, especialmente a partir do início do mês de novembro.

O nível de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) no fim de setembro era de 49%, considerado satisfatório para o fim da estação seca em grande parte do território nacional.

Para o mês de outubro, de acordo com o cenário menos favorável, a indicação é de uma Energia Natural Afluente (ENA) abaixo da média histórica para todos os subsistemas, levando o SIN a 46% da Média de Longo Termo (MLT), sendo o segundo menor valor para o mês de um histórico de 94 anos

No cenário mais favorável, ainda em outubro, as previsões são: 59%, 89%, 41% e 42% da MLT, respectivamente, para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Para o SIN, os resultados apontam para condições de afluência de 66% da MLT, sendo o sétimo menor valor para um histórico de 94 anos.

Representantes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) também participaram da reunião, apontando que Brasil vive atualmente o pior período da evolução temporal da seca considerando o índice de precipitação-evapotranspiração padronizado (SPEI).

Plano de contingência

Os cenários prospectivos apresentados demonstraram a importância da realização do período úmido e das medidas de preservação da água nos reservatórios, para o atendimento eletroenergético de 2025.

Caso o período úmido tenha seu início atrasado, ou ocorra abaixo da média histórica, o plano de contingência apresentado para os anos de 2025 e 2026 ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prevê como primeira medida preservar a água na cabeceira dos reservatórios, reduzindo a vazão de hidrelétricas, assim como ocorreu em Jupiá e Porto Primavera.

Depois dos reservatórios, o plano prevê o despacho termelétrico antecipadamente, o fora da ordem de mérito. Na sequência, o governo estuda trabalhar nas restrições do Sistema Interligado Nacional (SIN), visando garantir maior recurso solar e eólico.

Outras aprovações e análises do CMSE

Na reunião, também foi aprovada a quarta revisão do Plano de Substituição do Parque Gerador do Sistema Elétrico de Roraima, considerando as atualizações das condições de atendimento à carga e à demanda máxima.

Ainda foi deliberada a adoção de ações visando manter a segurança e confiabilidade do suprimento eletroenergético durante a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), na cidade de Belém, no estado do Pará, em novembro de 2025.

A expansão verificada em setembro de 2024 foi de 723 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, de 14 quilômetros de linhas de transmissão e de 100 MVA de capacidade de transformação.

Assim, no ano de 2024, a expansão totalizou 8.548 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 2.423,4 km de linhas de transmissão e 11.130 MVA de capacidade de transformação.