Política Energética

Biden sanciona projeto proibindo importação de urânio russo e prevê US$ 2,7 bi para setor

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden sancionou nesta segunda-feira, 13 de maio, um projeto de lei que proíbe a importação de urânio enriquecido da Rússia. A nova regulamentação entrará em vigor em 11 de agosto e deve destravar US$ 2,72 bilhões em financiamento, aprovados em legislações anteriores, para expandir a indústria de urânio no país.

Biden sanciona projeto proibindo importação de urânio russo e prevê US$ 2,7 bi para setor

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden sancionou nesta segunda-feira, 13 de maio, um projeto de lei que proíbe a importação de urânio enriquecido da Rússia. A nova regulamentação entrará em vigor em 11 de agosto e deve destravar US$ 2,72 bilhões em financiamento, aprovados em legislações anteriores, para expandir a indústria de urânio no país.

“O futuro da energia limpa do nosso país não dependerá das importações russas. Estamos fazendo investimentos para construir uma cadeia segura de abastecimento de combustível nuclear aqui nos Estados Unidos”, disse a secretária de Energia, Jennifer M. Granholm, em nota, destacando que a fonte será crucial nas metas de descarbonização do país.

Segundo dados da World Nuclear Association, atualmente, a energia nuclear gera 18% da eletricidade dos EUA, sendo que a Rússia, principal fornecedor mundial de urânio enriquecido, entrega cerca de 20% do suprimento utilizado por reatores norte-americanos.

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Em janeiro deste ano, o departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) lançou uma proposta (RFP, na sigla em inglês) para serviço de enriquecimento de urânio. O RFP é uma espécie de documento comercial que anuncia um projeto, o descreve e solicita propostas de empreiteiros qualificados para concluí-lo. De acordo com a pasta, a ação visava aumentar a oferta interna para estimular o desenvolvimento e a implantação da fonte nuclear.  

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Em relatório do Senado norte-americano, autor do projeto, os parlamentares afirmam que os EUA têm uma dependência “significativa da estatal russa de energia nuclear, Rosatom, e da sua subsidiária Tenex”. Na visão do senador John Barrasso, membro graduado do Comitê de Energia e Recursos Naturais do Senado dos EUA, a nova lei marcará o fim dessa dependência

“A proibição das importações de urânio russo impulsionará a indústria de combustível nuclear dos EUA, reduzirá ainda mais o financiamento da máquina de guerra da Rússia e ajudará a reviver a produção de urânio americana nas próximas décadas”, disse Barrasso em comunicado divulgado após a assinatura de Biden.

Posicionamento da Rússia

Em resposta à medida, o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, disse que o projeto se tratava de mais uma tentativa “fracassada de atingir os russos economicamente”.

“O atual ataque – não só à Rússia, mas também ao mercado mundial de urânio para centrais nucleares – vai conduzir novos choques nas relações econômicas internacionais. O delicado equilíbrio entre exportadores e importadores de produtos de urânio está preste a ser perturbado”, disse Antonov via redes sociais.

O embaixador destacou ainda que os norte-americanos não possuem capacidade de suprir a demanda interna e podem prejudicar a sua própria economia. “Sem o nosso urânio, muito dos projetos verdes norte-americanos poderão falhar”, finalizou.