Política Energética

BP prevê redução 'mais rápida' das emissões de carbono a partir de pacotes anunciados

As emissões globais de carbono devem ter redução mais rápida daquela esperada há um ano, devido aos esforços dos países em buscar uma maior segurança energética. A estimativa está em novo relatório da empresa de óleo e gás BP, divulgado nesta segunda-feira, 30 de janeiro, e que prevê quatro tendências principais no mercado de energia: papel decrescente para os hidrocarbonetos, rápida expansão das renováveis, aumento da eletrificação de veículos e uso crescente de hidrogênio.

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As emissões globais de carbono devem ter redução mais rápida daquela esperada há um ano, devido aos esforços dos países em buscar uma maior segurança energética. A estimativa está em novo relatório da empresa de óleo e gás BP, divulgado nesta segunda-feira, 30 de janeiro, e que prevê quatro tendências principais no mercado de energia: papel decrescente para os hidrocarbonetos, rápida expansão das renováveis, aumento da eletrificação de veículos e uso crescente de hidrogênio.

A companhia espera reduções da ordem de 3,7% das emissões globais até 2030, que devem aumentar para 6,4% em 2040 e em 9,3% até 2050, em comparação ao relatório lançado em 2022. O cenário será possível por conta dos pacotes de incentivos dos países em fontes renováveis, como a Lei de Redução da Inflação (IRA) dos Estados Unidos.

No entanto, a BP aponta que, apesar do aumento “acentuado nas ambições do governo”, as emissões de dióxido de carbono aumentaram todos os anos desde a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) de Paris, realizada em 2015, com exceção de 2020, quando inúmeros países paralisaram as atividades por conta da pandemia de covid-19, provocando a redução das emissões.

“O orçamento de carbono está se esgotando. Quanto maior o atraso na tomada de medidas decisivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de forma sustentada, maiores são os prováveis custos econômicos e sociais resultantes”, afirma o documento.

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O relatório pede “maior apoio”, indo além do financiamento dos governos, destacando que uma transição energética poderá ser acelerada por meio de planejamento e soluções de gargalos que impendem o desenvolvimento das renováveis. 

Petróleo e gás natural

Até 2035, a demanda global de petróleo e gás deve cair cerca 5% e 6%, respectivamente. A queda é em relação ao resultado do último estudo da entidade, realizado no ano passado, sendo baseado nos atuais cenários de transição energética, conflito entre a Rússia e Ucrânia, além da Lei de Redução da Inflação.

Para o mercado de petróleo, a BP afirma que com uma possível queda no uso da commodity em setores de transporte, a crescente adoção de veículos elétricos e a ampliação do uso de fontes renováveis devem resultar em uma redução na demanda do ativo nos próximos dez a 12 anos.

“A produção de petróleo dos Estados Unidos deve cair até 2040, enquanto a OPEP adotará uma postura mais competitiva, em meio a um cenário de declínios acelerados na demanda de petróleo”, diz o documento.

Apesar da queda na demanda, o relatório espera que o combustível desempenhe um papel importante no sistema energético global nos próximos 15 anos.

As perspectivas para o gás natural são de queda, entretanto, o cenário de redução dependerá da velocidade da transição energética, já que economias emergentes devem sofrer um aumento na demanda de gás, enquanto os países desenvolvidos buscam soluções para aumentar sua própria extração e armazenamento de gás, além de buscarem atingirem suas metas climáticas e a redução da dependência do gás russo.

“O maior foco na segurança energética como resultado da guerra Rússia-Ucrânia tem o potencial de acelerar a transição energética à medida que os países buscam aumentar o acesso à energia produzida internamente, em grande parte, de fontes renováveis e outros combustíveis não fósseis”, disse o economista-chefe da BP, Spencer Dale, no relatório.