Política Energética

Carga é restabelecida parcialmente no Amapá; crise continua

O Ministério de Minas e Energia (MME) comunicou na noite de sábado, 7 de novembro, que 65% da carga do Amapá foi restabelecida, depois que foi concluída a purificação do óleo para acionamento de um dos três transformadores afetados pelo incêndio que deixou o Estado no escuro desde terça-feira passada, 3 de novembro.

O retorno de 100% da carga, contudo, ainda depende da chegada de um novo transformador a Macapá, cujo prazo para transporte era estimado em 10 dias na sexta-feira passada.

A interrupção de 250 MW de carga elétrica do estado aconteceu na noite de terça-feira, 3 de novembro, por causa de um incêndio no transformador 1 da subestação de Macapá, de propriedade da LMTE, com perda total da unidade. Com isso, houve desligamento automático das linhas de transmissão Laranjal/Macapá, assim como das hidrelétricas Coaracy Nunes e Ferreira Gomes, que abastecem a localidade.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi a Macapá pela segunda vez na semana acompanhar a retomada do funcionamento do transformador 3, que foi o que voltou a funcionar no sábado.

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Outras medidas estão sendo adotadas para mitigar a crise no Amapá. Na sexta-feira, 6 de novembro, foi publicada uma edição extra do Diário Oficial da União com uma portaria autorizando a contratação de até 150 MW no Amapá por 180 dias ou em prazo inferior.

A Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, ficou responsável pela contratação inicial de 40 MW de geração de energia elétrica. 

O Exército também está atuando na crise. No sábado, a Marinha do Brasil informou que foram mobilizados três navios, uma aeronave e mais de 40 fuzileiros navais para o Amapá, com objetivo de apoiar às ações em andamento.

O Ministério da Defesa ativou a Operação Amapá, a fim de coordenar o emprego das Forças Armadas no apoio às ações no Estado. Foram empregadas duas aeronave da Força Aérea e tropas do Exército. 

A intenção é prestar apoio humanitário, fornecer combustíveis aos hospitais municipais e estaduais da capital e do município de Santana, além de atuar junto da Defesa Civil na distribuição de água. Também vão instalar geradores nos laboratórios e clínicas de tratamento de covid-19, além de montarem alojamentos e apoiarem órgãos de segurança pública e defesa civil do Amapá.

Entenda

A crise no Amapá teve início na noite de terça-feira, 3 de novembro, por causa de um incêndio no transformador 1 da subestação de Macapá, de propriedade da LMTE, com perda total da unidade.  A LMTE pertencia à espanhola Isolux, mas hoje é operada pela Gemini Energy, controlada pela Starboard Partners. O transformador 2 estava indisponível para manutenção corretiva desde dezembro de 2019, sem previsão de retorno. 

O problema se deu justamente porque o equipamento de reserva também falhou, deixando toda a Subestação Macapá, que é o ponto vital de conexão entre o Amapá e o Sistema Interligado Nacional (SIN), fora de operação. As localidades do Amapá que não foram afetadas pelo incêndio são aquelas atendidas por termelétricas locais, os chamados sistemas isolados.

O primeiro transformador a ser restabelecido foi o T3, que foi parcialmente atingido pelo incêndio, com avariação em alguns equipamentos e acidez no óleo. Depois de feitos os reparos, foi necessário levar equipamentos à Macapá para que a purificação do óleo fosse feita, o que foi concluído na tarde de sábado, permitindo a retomada gradual do atendimento. Esse processo teve apoio das Forças Armadas Brasileiras (FAB) e da Eletronorte.

Um novo transformador está sendo transportado da SE Laranjal para Macapá, que vai permitir o abastecimento de 100% da carga, mas antes de seu transporte, é necessário desmontar o equipamento, que pesa 100 toneladas. A expectativa é que ele entre em operação até o fim desta semana. 

Um terceiro transformador está sendo levado de Boa Vista (RR) para Macapá, de propriedade da Eletronorte, a fim de garantir reserva para o atendimento da carga do Estado. 

Também está sendo avaliado o transporte de termelétricas emergenciais para a região.

Para entender as ações, veja também: 

Avião da FAB vai levar geradores emergenciais para Macapá, diz MME;

– Eletronorte contratará geração emergencial de energia ao Amapá;

– Hidrelétrica Coaracy Nunes pode ser ampliada em 220 MW, diz CNE;

– Amapá deve ter de 60% a 70% da carga restabelecida ainda hoje, diz ministro;

– MME institui gabinete de crise para apurar interrupção de 250 MW no Amapá.

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