
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) definiu em reunião realizada nesta quarta-feira, 16 de julho, as regras para governança e estabelecimento do nível de aversão ao risco adotado nos modelos computacionais do setor elétrico, que surge após a extinção, no ano passado, da Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (Cpamp), cujas funções foram redistribuídas.
Como antecipado pela MegaWhat, a reunião finaliza a discussão sobre a governança dos modelos computacionais, enquanto os critérios de aversão ao risco ficam para debate em reunião extraordinária ainda a ser convocada antes de 31 de julho.
O CMSE deliberou, ainda, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá adotar medidas para viabilizar eventual necessidade de despacho das termelétricas Linhares (Luiz Oscar Rodrigues de Melo) e Porto do Sergipe I, ambas da Eneva, com flexibilidade operativa para atendimento à ponta do sistema.
Nas últimas semanas, a agência aprovou os custos de acionamento de forma antecipada de térmicas leilão de reserva de capacidade de 2021ONS (LRCap) e sem contratos, para operação no regime merchant.
O acionamento excepcional dessas usinas, que precisam ser despachadas com 60 dias de antecedência, tem um custo variável unitário (CVU) mais alto nesse cenário. Essa geração vai reforçar o atendimento do pico de carga, com possibilidade de modulação diária, conforme diretrizes estabelecidas pelo poder concedente.
A medida deve garantir mais segurança eletroenergética e minimizar o custo total de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), além de possibilitar regulações em prol da maximização do uso dos ativos já instalados em benefício das necessidades sistêmicas, a menores custos, em especial, daquelas que operam com gás natural liquefeito (GNL).
CMSE: melhora do cenário de atendimento
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou na reunião do CMSE um estudo prospectivo para atendimento da demanda máxima do sistema no horizonte julho a dezembro de 2025, indicando que houve relevante melhora do cenário de atendimento com a entrada de frentes frias e recuperação do armazenamento das usinas hidrelétricas da região Sul.
Para o mês de julho, no cenário mais positivo, as previsões são de 83%, 137%, 44% e 72% da Média de Longo Termo (MLT), nesta ordem, para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. No SIN, os resultados apontam para condições de afluência de 91% da MLT, sendo o 41º menor patamar para um histórico de 95 anos.
Ainda em julho, de acordo com o cenário menos favorável, a indicação é de uma Energia Natural Afluente (ENA) abaixo da média histórica para todos os subsistemas. A previsão para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte é de 82%, 98%, 44% e 75% da MLT, respectivamente. Para o SIN, o estudo aponta condições de afluência prevista de 82% da MLT, sendo o 26° menor valor para o mês de um histórico de 95 anos.
Já para a energia armazenada (EAR), para o último dia de julho, a expectativa é de 64%, 91%, 64% e 96% da EARmáx, considerando o cenário inferior nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. No cenário superior, há a previsão de 64%, 89%, 64% e 96% da EARmáx, considerando a mesma ordem. No SIN, os resultados devem ser de 67% da EARmáx no cenário menos favorável e 68% no cenário mais favorável.
Além disso, o CMSE deliberou que o ONS, de forma articulada com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Câmara de Comercialização de Energia (CCEE) e a Aneel, apresente, até a reunião de setembro de 2025, a avaliação e proposta, incluindo aperfeiçoamentos regulatórios, para viabilizar coerência entre as bases de dados de geração utilizadas nos estudos elétricos e nos estudos energéticos.