O governo dos Estados Unidos publicou nesta terça-feira, 12 de novembro, plano para triplicar sua capacidade de energia nuclear, com meta de acionar 35 GW até 2035 e alcançar 200 GW até 2050, ano em que o país pretende atingir o net zero. Segundo projeções do Departamento de Energia do país, a fonte pode ajudar a evitar a emissão de 470 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono por ano.
A meta poderá ser cumprida por meio da construção de novas usinas nucleares, da modernização de reatores existentes, a reinicialização de reatores desativados por razões econômicas e a inserção de pequenos reatores nucleares.
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Para alcançar o objetivo, o governo traçou 30 ações para os processos de licenciamento, o desenvolvimento de cadeias de fornecimento de componentes e a cadeia de fornecedores, entre outras questões.
“Atingir essas metas em uma nova era de implantação de energia nuclear exigirá colaboração ativa entre todas as partes interessadas públicas e privadas no setor de energia nuclear nacional e internacional. O governo dos EUA está trabalhando para implantar de forma responsável a energia nuclear doméstica”, diz nota da Casa Branca.
Segundo Michael Goff, secretário assistente interino do escritório de Energia Nuclear do Departamento de Energia dos EUA, a expansão exigirá a construção de novos reatores em um ritmo não visto desde 1970.
“Nossas pesquisas preliminares indicam que uma capacidade adicional de 128 GW a 174 GW poderia ser construída perto de usinas de carvão dos EUA, dependendo do tipo de reator, que inclui pequenos reatores modulares. Os reatores menores exigiriam menos investimento inicial de capital para serem construídos, tornando-os mais acessíveis a potenciais clientes e financiadores”, diz Goff.
O anúncio do governo de Joe Biden ocorre na semana da 29ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP29. Na conferência do ano passado, os EUA e outros países assinaram uma promessa de triplicar a capacidade nuclear até 2050.
A divulgação também acontece dias após vitória de Donald Trump, que defendeu novos reatores nucleares durante sua campanha eleitoral como uma forma de ajudar a fornecer eletricidade para data centers e fábricas com alta demanda energética.
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