Uma das três prioridades do grupo de trabalho de transições energéticas do G20 será acelerar e reduzir o custo do financiamento para descarbonizar a matriz global. Segundo o secretário Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral, o objetivo é diminuir “certos desencontros” nos investimentos em transição entre os países-membros do grupo.
“Queremos acelerar e reduzir o custo do financiamento da transição energética, principalmente nos países em desenvolvimento e em economias emergentes”, afirmou Barral ao falar sobre o balanço dos dois primeiros encontros da equipe, que ocorreram entre 19 e 20 de fevereiro.
Citando dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) de 2023, a equipe aponta que cerca de US$ 1,8 trilhões foram investidos em infraestrutura de energia renovável, sendo que mais de 70% do total foi para países desenvolvidos e a China.
Para reduzir o “gap”, o GT discutiu ações voltadas à existência de marcos regulatórios específicos, estabilidade e o respeito aos contratos nos países. De acordo com Barral, as conversas privilegiaram ainda maneiras de os membros atuarem em conjunto com instituições para realizar processos bem estruturados de planejamento energético, visando a implementação de políticas públicas mais consistentes e permanentes ao longo do tempo.
Combustíveis
Além da transição energética, Thiago Barral e João Marcos Paes Leme, diretor do departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), informaram que o grupo de transição também terá como prioridade impulsionar os combustíveis sustentáveis. De acordo com o Leme, não há como falar em transição energética quando 2,3 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a combustíveis limpos ou fogões eficientes para cozinhar seus alimentos, principalmente no Sul global.
O diretor afirmou ainda que diferentes alternativas tecnológicas, como o uso do gás natural, eletricidade e energia solar, foram debatidas como soluções combinadas para a enfrentar a questão.
“É importante destacar que vários países mencionaram diferentes iniciativas que já existem para resolver o problema da falta de segurança ao cozinhar, mas precisamos sair da escala de milhões de pessoas para entrar na escala de bilhões de pessoas. É por isso que a cooperação entre os países do G20 é crucial”, acrescentou Barral.
Terceira prioridade
A dimensão social e o combate à pobreza energética também entraram entre as prioridades.