O Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) atualizou o Programa Brasileiro de Etiquetagem para refrigeradores comercializados no Brasil e, com as novas regras, espera uma economia de R$ 32,25 bilhões nas contas de luz até 2035. As novas diretrizes estabelecem a adoção de subclasses para que o consumidor possa identificar as diferenças nos novos níveis de eficiência energética, a partir dos produtos de topo, classificados como A.
Foram utilizados três cenários para calcular os benefícios do aperfeiçoamento do PBE de refrigeradores para o consumidor, sendo o descrito acima, o cenário mais provável, no qual metade dos produtos vendidos já estejam na classe de topo assim que os prazos para as fases tiverem terminado, com economia de 43,15 TWh. Em um cenário mais pessimista, de apenas um terço dos produtos na classificação de topo, seria possível uma economia de 27,57 TWh (economia de R$ 21,5 bilhões), e no melhor cenário, economia de 138,57 TWh (R$ 102,52 bilhões).
Segundo o cronograma do instituto, a partir de 1º de julho de 2022, as geladeiras mais eficientes, serão classificadas em A+++, mostrando uma eficiência de até 30% em relação ao atual A; A++, indicando 20% a menos no consumo; e A+, com economia de 10%. Assim, ao optar por uma geladeira A+++ de duas portas de degelo automático (frost-free) de volume ajustado de 500 litros, que corresponde a 80% do mercado nacional, o consumidor pode economizar cerca de 13 kWh por mês, o que representa, para ele, uma economia de R$ 10,14, considerando uma tarifa média, acrescida de impostos, de R$ 0,78 por kWh.
“Entre os objetivos dessa atualização está a ideia de reforçar o papel da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) em indicar os produtos que consomem menos energia. Como as geladeiras estão presentes em praticamente todos os lares brasileiros, sendo utilizadas 24 horas por dia, a atualização da sua etiqueta é especialmente relevante para promover a conservação de energia nas residências, com impacto positivo nas contas de luz, e reduzir a demanda energética do País”, assinala Danielle Assafin, coordenadora do PBE para Refrigeradores e Assemelhados.
Já a segunda fase do aperfeiçoamento, que passa a vigorar em 31 de dezembro de 2025, elimina as subclasses e o novo A será ainda mais rigoroso. Os níveis das classes passam a ser definidos com base nas recomendações das Nações Unidas para regulamentação em eficiência energética para refrigeradores, expressas no Guia da U4E (United for Energy), com a aplicação de fatores de correção à realidade nacional.
“Em média, geladeiras fabricadas no país, de duas portas, atualmente em A, terão que reduzir 40% do seu consumo para permanecer em A em 2025. Outro desafio importante para essa fase é a introdução da nova versão da norma técnica utilizada para o cálculo do consumo de energia, o que requer adequação da infraestrutura laboratorial e da indústria”, destaca Danielle.
A terceira e última fase, com prazo de adequação para 31 de dezembro de 2030, estabelece a adoção de um nível de consumo para a classe A equivalente às recomendações da U4E, na íntegra, ampliando ainda mais o rigor da etiqueta. Isso significa uma necessidade de redução, em média, de 61% do consumo de energia das geladeiras fabricadas no país, de duas portas, atualmente em A. “Assume-se que o prazo de nove anos para a terceira fase é necessário para dar sustentabilidade aos investimentos que a indústria nacional precisará realizar em sua plataforma de produção para manter seu portifólio de produtos, ou parte dele, em A”, conclui Danielle Assafin.