Política Energética

Modelo computacional do SIN compromete planejamento, diz Acende Brasil

Usinas da Copel batem recorde de geração pelo terceiro ano consecutivo. Na foto, usina governador Bento Munhoz da Rocha Netto. Foz do Areia. Curitiba, 26/01/2017. Foto: Divulgação Copel
Usinas da Copel batem recorde de geração pelo terceiro ano consecutivo. Na foto, usina governador Bento Munhoz da Rocha Netto. Foz do Areia. Curitiba, 26/01/2017. Foto: Divulgação Copel

O planejamento energético do país está fragilizado por limitações dos modelos computacionais utilizados atualmente. A constatação é do Instituto Acende Brasil, que propôs o aperfeiçoamento do modelo que indica a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), em contribuição feita no processo de consulta pública sobre a minuta do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031.

“O planejamento permanece fragilizado por limitações dos modelos computacionais atualmente empregados. É crucial que nos próximos anos haja uma migração para programas computacionais que permitam uma modelagem: de todas as usinas de forma individualizada; que considere as suas respectivas funções de produção completas (principalmente com relação à variação da produtividade hidrelétrica em função do nível dos reservatórios hidrelétricos); e que também permitam incorporar uma representação mais precisa do sistema de transmissão”, afirma o Acende Brasil em sua contribuição.

Entre os aspectos positivos, o instituto reconheceu que o PDE 2031 apresentou inovações importantes, como a definição dos requisitos do sistema com base nos quatro critérios de garantia de suprimento; a incorporação de restrições hidrelétricas; e a comparação do caso de referência com a “Rodada Livre” (expansão puramente pelo mercado), na qual a expansão tem como referência o menor custo, desconsiderando, portanto, premissas de política pública que são inseridas no caso de referência por meio de restrições adicionais.

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“Esses avanços são importantes para representar o sistema elétrico de forma mais fidedigna e para avaliar o custo-benefício das políticas energéticas propostas”, informou o Acende Brasil.

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O instituto, no entanto, indicou ainda alguns pontos que, em sua visão, carecem de aperfeiçoamentos. Entre eles, o PDE deve passar a incluir as justificativas para cada uma das políticas energéticas introduzidas no cenário de referência, incluindo uma análise de custo-benefício. Esta análise de custo-benefício, por sua vez, precisa quantificar o custo associado à cada política por meio de comparação com o custo na Rodada Livre e incorporar uma arguição do Ministério de Minas e Energia com as razões que sustentam a hipótese de que os benefícios esperados de cada política superarão os seus custos adicionais.