Óleo e gás

Receitas extras para União podem impactar no leilão da ANP, diz IBP

Amostra do óleo extraído pelo navio de produção FPSO P-34 no campo de Jubarte na Bacia do Espírito Santo *** Local Caption *** óleo extraído da camada do pré-sal
Amostra de óleo extraído em navio da Petrobras.

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) reagiu à movimentação do Governo Federal para recomposição orçamentária da União. Após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ter declarado que pretende levantar R$ 36 bilhões no setor até 2026, o IBP alerta que propostas como a alteração nas alíquotas de participação especial de contratos existentes ou a revisão do preço de referência, sem o devido atendimento dos requisitos legais, podem trazer insegurança jurídica e comprometer o ambiente de negócios no país.

“Medidas abruptas, neste momento, poderiam ter um impacto negativo significativo, inclusive sobre o leilão de áreas exploratórias da ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis], que acontece agora em junho, e contratos já assinados, afetando a confiança dos investidores, o risco país e o futuro da indústria brasileira”, diz o IBP em nota.

O Instituto lembrou do imposto sobre exportação de petróleo, instaurado em 2023 e que levou a uma onda de judicialização das petroleiras. Algumas das companhias que não conseguiram liminares conseguiram o ressarcimento dos valores pagos em decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em fevereiro deste ano. “É imperativo que o governo atue em estrito cumprimento da legislação vigente, evitando medidas que, no passado, já geraram instabilidade”, diz o IBP. A entidade ainda registrou que o setor já é altamente tributado e passa por instabilidades, como a queda de US$ 20 no preço do barril nos últimos 12 meses.

Como alternativas de contribuição do setor de óleo e gás para a geração de receitas, o IBP sugere medidas como a venda antecipada de petróleo ainda não contratado do pré-sal e a realização de novos leilões de áreas de exploração.