Política Energética

Resultado das eleições nos EUA pode reduzir em US$ 1 tri investimentos para renováveis

O resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos pode colocar em risco US$ 1 trilhão em investimento para as fontes renováveis e levar à emissão de 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono até 2050. O dado consta na nova análise de Wood Mackenzie, que chama atenção para a reversão de políticas de incentivos para renováveis caso o Donald Trump seja eleito.

Resultado das eleições nos EUA pode reduzir em US$ 1 tri investimentos para renováveis

O resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos pode colocar em risco US$ 1 trilhão em investimento para as fontes renováveis e levar à emissão de 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono até 2050. O dado consta na nova análise de Wood Mackenzie, que chama atenção para a reversão de políticas de incentivos para renováveis caso o Donald Trump seja eleito.

“Uma vitória do ex-presidente Donald Trump nas eleições [marcadas para 5 de novembro] significaria novas prioridades políticas e uma desaceleração imediata no apoio à descarbonização. Este ciclo eleitoral pode influenciar o ritmo do investimento em energia, tanto nos próximos cinco anos como até 2050”, afirma David Brown, diretor da Pesquisa de Transição Energética da consultoria britânica.

O cenário base da Wood Mackenzie considera cerca de US$ 7,7 bilhões em investimentos para o setor energético dos EUA entre 2023-2050, levando em conta as políticas atuais do Inflation Reduction Act (IRA) e da lei bipartidária de infraestruturas. De acordo com a consultoria, são necessários US$ 11,8 bilhões em recursos dos EUA até 2050 para que o país alcance a meta de net zero. 

Na visão do executivo, a eleição de Trump pode desacelerar a transição energética do país, ao passo que no segmento dos combustíveis fósseis os licenciamentos podem ser “destravados”.

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Para o diretor da Pesquisa de Transição Energética da Wood Mackenzie, políticas públicas de incentivos como o IRA não devem ser revogadas, mas podem ter os recursos reduzidos com o estabelecimento de novas medidas.

Além disso, Brown acredita que Trump pode vir a emitir ordens executivas que abandonariam a meta net zero dos EUA de 2035 para o setor de energia, com regras mais brandas para emissões e para veículos elétricos.

“A menor utilização de veículos elétricos nos EUA até 2050 apoiaria a procura contínua por petróleo, ao mesmo tempo que reduziria significativamente a procura de matérias-primas para baterias”, afirma o executivo.

Agenda Trump

Em meio a corrida à presidência norte-americana, Trump tem criticado a agenda energética e ambiental do atual presidente do país e prometido uma reversão das regras da administração atual para aumentar a exploração de petróleo e gás, e reduzir créditos fiscais para veículos elétricos e eólicas.

“Em meu primeiro dia irei rescindir todas as regulamentações elétricas e para acompanhar o ritmo da economia mundial, que depende de combustíveis fósseis. Vamos acabar com os atrasos de Biden nas licenças federais de perfuração e de arrendamentos, além de eliminar toda a burocracia que deixaram projetos paralisados”, disse Trump em uma de suas promessas para reeleição.

O ex-presidente também afirma que deve interromper políticas atuais que “distorcem” o mercado energia, incluindo subsídios “insanos” destinados à energia eólica. Além disso, diz que apoiará a produção de energia nuclear, via modernização da Comissão Reguladora Nuclear do país e de centrais nucleares existentes, além de investimentos em pequenos reatores nucleares.