Entre 2019 e 2021, 87% dos investimentos da carteira do Programa de Parceiras de Investimentos (PPI) foram voltados para o setor energético, incluindo petróleo, gás e energia elétrica, disse o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Cesar Magalhães, durante o Seminário Energia, Desenvolvimento, Desafios e Oportunidade, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Segundo Magalhães, o percentual é três vezes maior que a média mundial, da ordem de 27%.
Os investimentos no período totalizaram R$ 688 bilhões, distribuídos entre R$ 624 bilhões no setor de óleo e gás, R$ 17 bilhões da transmissão de energia, R$ 22 bilhões do mercado regulado de energia e R$ 25, 1 bilhões no mercado livre. Na visão do secretário, o estado do Rio de Janeiro teve um papel destaque para a produção de novos combustíveis e energia renovável – que deve ser aproveitado.
“O Rio de Janeiro não pode perder essa nova janela de oportunidade, quando falamos dos novos combustíveis da produção limpa, ou seja contribuição científica e tecnológica. É um diferencial que precisa ser potencializado, pois falamos da geração de postos de trabalho, de renda, de nota fiscal, retomando um papel que o Rio sempre teve na área”, afirmou. O secretário afirmou ainda que, enquanto o mundo fala sobre transição energética, o Brasil já começou esse processo há muito tempo com a decisão de “crescimento lastreado por hidroelétricas”.
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), almirante Rodolfo Saboia, também estava presente no seminário e indicou que o mercado de gás natural no Brasil tem passado por uma transformação maior que o de petróleo, mas precisa de uma estrutura maior para se desenvolver.
“Já estamos vendo uma dinâmica diferente no mercado de gás natural, caminhando de um mercado que saiu do monopólio de fato da Petrobras, para um outro com simplificações regulatórias, porque o regime agora não é mais de concessões, agora é de autorizações, o que tem estimulado o mercado”, disse Saboia.