*Matéria alterada para correção do despacho da UTE Termo Norte II. A usina não foi considerada na programação diária
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou, na noite de sexta-feira, 30 de agosto, que o mês de setembro terá bandeira tarifária vermelha patamar 2. O anúncio para o mês de setembro sinaliza maiores custos para a geração de energia elétrica, com um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 KWh consumidos.
A MegaWhat verificou que a usina Termo Norte II, de 349 MW, possui custo variável unitário (CVU) de R$ 2.997,89/MWh e atenderia a uma restrição de atendimento da região Norte, mas não entrou na lista de despachos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para essa segunda-feira, 2 de setembro.
Em 2023, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu pelo restabelecimento da outorga da usina a fim de garantir a segurança energética dos estados Acre e Rondônia.
Foram considerados os despachos da usina Palmeira de Goiás, com custo variável unitário (CVU) de R$ 1.731,11/MWh, e as usinas do leilão emergencial de 2021, as térmicas Paulínia Verde, Vianna 1, Povoação 1 e Luiz Oscar Rodrigues Melo, a mais de R$ 1.200/MWh.
Como antecipado pela reportagem, as entidades do setor já esperavam pela mudança de patamar com a prorrogação do acordo com a Âmbar Energia para início da operação comercial da termelétrica Cuiabá, afetando os preços e o sinal tarifário entre setembro e outubro.
Sinalização para o consumidor
A bandeira vermelha patamar 2 não era acionada desde agosto de 2021. Uma sequência de bandeiras verdes foi iniciada em abril de 2022 e interrompida apenas em julho de 2024 com bandeira amarela, seguida de bandeira verde em agosto.
O sistema de bandeiras tarifárias reflete o custo variável da produção de energia, considerando a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, e o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.
Segundo a Aneel, a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média em setembro, resultando em expectativa de afluência nos reservatórios das hidrelétricas do país (em cerca de 50% abaixo da média).
“O cenário de escassez de chuvas, somado ao mês com temperaturas superiores à média histórica em todo o país, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais”, disse a agência.
Os fatores que acionaram a bandeira vermelha patamar 2 foram o GSF (risco hidrológico) e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD).