O setor da agropecuária tem sido um dos principais vetores de crescimento da economia brasileira nos últimos anos e, por isso, ganhou destaque no diálogo sobre energia e sustentabilidade promovido nesta segunda-feira, 8 de novembro, no estande brasileiro da COP26.
Nesse sentido, de acordo com Tamar Roitman, gerente-executiva da Abiogás, o biogás poderia suprir cerca de 35% da demanda de energia elétrica no Brasil, que possui um potencial de produção de mais de 120 milhões de metros cúbicos por dia, além de cumprir a função de captura de carbono, promovendo a descarbonização do setor agropecuário.
“O biometano que o biogás produz pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa, quando comparado ao diesel, em mais de 300%”, afirma a gerente-executiva, que ressalta, ainda, a flexibilidade das moléculas de biogás, o que permite que a sua utilização seja ampla, incluindo nos setores industrial e de transporte, os maiores consumidores de energia no país atualmente.
Para Sidney Medeiros, coordenador-geral de Mudança do Clima do departamento de Produção Sustentável e Irrigação no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na mesma medida em que a agropecuária – brasileira e mundial – sofre os impactos da mudança climática, ela também pode ser entendida como uma solução para reverter ou mitigar essa situação. Essa contribuição do agro se dará, segundo o coordenador-geral, principalmente a partir de políticas públicas, como é o caso do Plano ABC e da sua continuação, o Plano ABC+.
De forma complementar, Fernando Camargo, secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, afirmou que “o Brasil tem uma matriz majoritariamente limpa, cerca de 80% da nossa energia vem de fonte renovável, e grande parte disso – talvez seja um desconhecimento de muita gente – vem do agro”.
