A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, tomou posse na tarde desta quarta-feira, 4 de janeiro, com um forte discurso de combate ao desmatamento, e defendendo a atuação conjunta de todo o governo na defesa da preservação dos recursos naturais brasileiros, no que chamou de “transversalização” da política ambiental.
Entre as várias mudanças na pasta, que incluem o adendo ao seu nome, reforçando a expectativa de que será um ministério com forte atuação na transição climática, está a criação de uma Secretaria da Bioeconomia e uma Secretaria Extraordinária do Controle do Desmatamento.
“O Brasil tem enormes desafios para honrar as promessas do Acordo de Paris. Houve um retrocesso, com o aumento das emissões decorrentes do desmatamento, que se acirrou nos últimos quatro anos”, afirmou.
Por isso, ela defendeu, desde a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a criação da Autoridade Nacional da Mudança Climática, que vai produzir subsídios para implementação da política nacional do clima, melhorar implementações de metas e supervisionar instrumentos, programas e ações nesse sentido.
Na sua posse, que aconteceu no Palácio do Planalto e foi a mais disputada de todas até o momento, Marina Silva celebrou seu retorno ao cargo depois de 14 anos, quando rompeu quando o presidente Lula em seu segundo mandato, e criticou a política ambiental do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Boiadas se passaram no lugar onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental”, afirmou, em uma referência a uma fala do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que foi gravado em uma reunião ministerial afirmando que o governo deveria aproveitar que o foco do país estava no combate à covid-19 para “passar a boiada” e mudar regras ambientais.
Ela disse que, durante o governo de transição, após a eleição de Lula, as informações a deixaram ainda mais preocupada, pelo esvaziamento e enfraquecimento dos órgãos ambientais. A nova ministra celebrou o retorno ao MMA de órgãos como o Serviço Florestal e a Agência Nacional de Águas (ANA), que tem entre suas finalidades a gestão dos recursos hídricos do país, e nos últimos anos ganhou a atribuição de regulamentar o saneamento básico no país.
“A política de mudança do clima foi completamente esvaziada, ao ponto de que o Brasil, antes um expoente na esfera global, passou a ser visto como paria global”, disse.
Entre os novos órgãos criados, a Secretaria da Bioeconomia terá a função de estimular o uso sustentável do patrimônio ambiental do país, gerando renda, emprego e divisas ao país.