Sustentabilidade

Planejamento é essencial para desenvolver a Amazônia com preservação ambiental

Planejamento é essencial para desenvolver a Amazônia com preservação ambiental

A palavra-chave para o sucesso de qualquer projeto, seja ele de energia elétrica, industrial ou de outro setor, está no planejamento. Quando o foco são empreendimentos na Amazônia, bioma que por suas características requer atenção adicional à preservação do meio ambiente, o planejamento deve incluir, obrigatoriamente, o conhecimento das necessidades da região, as formas de mitigação e o que a sociedade está disposta a assumir como impacto.

A opinião é de Luiz Otávio Assis Henriques, vice-presidente de Geração, Transmissão e Comercialização da EDP Brasil, que participou, na manhã desta terça-feira (20/10), do primeiro dia de debate do XII Fórum Instituto Acende Brasil, realizado em parceria com a MegaWhat.

“Sem a variável meio ambiente, impacto e mitigação não é possível realizar nenhum movimento hoje na Amazônia – não apenas de geração, mas também de transmissão”, afirmou o executivo. Nesse sentido, ele defendeu a realização de audiências públicas para que a sociedade representativa possa expor as suas necessidades e, a partir dessas informações, encontrar as fontes de mitigação de projetos.

Para a sessão inaugural do fórum, cujo tema central é “Preservação e Desenvolvimento da Amazônia”, também foi convidado Giancarlo Ciola, responsável por Assuntos Regulatórios e Institucionais da Eneva. Para ele, a primeira grande ação, quando se trata de preservação e desenvolvimento, é “não fazer sozinho”.

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Na mesma linha de argumento de Assis Henriques, o executivo da Eneva defende que a discussão de projetos na Amazônia seja feita de forma holística, ou seja, que inclua todos os agentes envolvidos ou impactados pelo novo empreendimento, a começar pela população local. “É necessário entender muito bem a região, discutir o projeto, entender os benefícios que ele trará à sociedade e como mitigar os eventuais impactos que esse projeto irá provocar”, argumentou Ciola. “Audiências públicas são absolutamente críticas nesse sentido, assim como a interação com o governo federal e os planejadores do sistema (elétrico).”

O tema do debate desta terça-feira foi “Visão do Empreendedor”. Tanto a Eneva como a EDP Brasil possuem empreendimentos elétricos na Amazônia. A pauta da preservação ambiental ganha relevância na agenda de novos empreendimentos elétricos na região amazônica.

Alexandre Uhlig, diretor de Assuntos Socioambientais e Sustentabilidade do Instituto Acende Brasil, explicou que ainda há potencial hidrelétrico na Amazônia, mas que sua exploração deve ser limitada. “Nós temos na região cerca de 100 GW de potência, dos quais pouco mais de 30 GW foram explorados, e temos alguns poucos projetos previstos para o futuro”, esclareceu Uhlig.

“Até 2029, planeja-se explorar menos de 1.200 MW em hidrelétricas na Amazônia, de um potencial superior a 60.000 MW. A região possui baixa vocação para geração solar e eólica e (nesse sentido) as termelétricas movidas a gás natural e biomassa, além da expansão do Sistema Integrado Nacional (SIN), contribuirão para o suprimento de eletricidade regional.”

A primeira sessão do XII Fórum Instituto Acende Brasil foi mediada pelo presidente da instituição Cláudio Sales, e pelos jornalistas da Megawhat Rodrigo Polito e Camila Maia. O evento, aberto à participação dos inscritos por meio de perguntas, prossegue por mais dois dias, amanhã (21/10) e quinta-feira, das 8h30 às 10 horas, com transmissão pelo Zoom, Youtube e pela plataforma Megawhat.

O tema do debate de amanhã será “Visão do Terceiro Setor” e, na sessão de encerramento, dia 22, o tema será “Visão do Poder Público”. Para rever o debate de hoje, clique aqui.

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