Descarbonização

Projetos da Solatio e Acelen serão financiados por programa internacional

Homem diante de tanque de hidrogênio
Hidrogênio

O Acelerador de Transição Industrial (ITA), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), selecionou sete novos projetos destinados a fomentar a descarbonização da indústria. Os projetos representam investimento superior a US$ 7,5 bilhões.

Foram selecionadas as empresas Solatio, Acelen, Votorantim Cimentos, Mizu Cimentos, Consórcio Eco Fusion, Alcoa e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).

“Estamos comprometidos em apoiá-los, mobilizando a cadeia de valor brasileira doméstica e internacionalmente, bem como órgãos governamentais, e instituições financeiras para torná-los financiáveis e acelerar as decisões de investimento”, diz Faustine Delasalle, diretora-executiva do ITA.

Projetos da Solatio e Acelen Renováveis

O projeto Solatio H2 Piauí compreende 14 GW de energias renováveis em uma estrutura verticalizada para abastecer uma planta industrial de hidrogênio e amônia verde em desenvolvimento, com capacidade total de 3 GW.

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A capacidade de produção atingirá 2,2 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de amônia verde até 2030.

Já a Acelen Renováveis está desenvolvendo um projeto para produzir combustíveis renováveis avançados a partir do óleo de macaúba, planta nativa do Brasil. O projeto visa produzir 1 bilhão de litros de combustíveis renováveis por ano, incluindo combustível de aviação sustentável (SAF) e diesel renovável (HVO).

A empresa desenvolverá um negócio integrado, da semente ao combustível, compreendendo um Centro de P&D e Germinação (Agripark) com capacidade para produzir 10,5 milhões de mudas por ano, uma plantação de macaúba de 180 mil hectares, cinco usinas de moagem para extrair o óleo e coprodutos, e uma biorrefinaria para processá-lo em combustível.

Seleção no setor de cimento e alumínio

No setor de cimento, a Votorantim Cimentos planeja reativar uma linha de argila calcinada de 0,32 Mtpa em sua fábrica de cimento em Nobres, localizada no estado de Mato Grosso, já a Mizu Cimentos busca instalar unidades de pirólise em sua unidade de 1 Mtpa em Aracajú para produzir energia a partir de biomassa residual para substituir o uso de combustíveis fósseis.

O Consórcio Eco Fusion reúne as empresas Argo Tech, Apodi Cimentos, CTEC e Self Energy para instalar gaseificadores na fábrica de cimento da Apodi em Quixeré, produzindo energia a partir de resíduos como substituto do uso de combustíveis fósseis.

Do setor de alumínio, a Alcoa pretende enfrentar uma das principais fontes remanescentes de emissões na cadeia de valor do alumínio brasileiro atualmente – a geração de calor para a refinação de alumina.

Já a CBA está trabalhando para enfrentar as emissões de processo da fundição de alumínio, por meio de uma tecnologia de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês).

O Acelerador de Transição Industrial

O ITA é uma iniciativa global multissetorial, lançada na COP 28, para catalisar a descarbonização nos setores de indústria pesada e do transporte de longa distância, que representam um terço das emissões globais. Com amplas redes na indústria, instituições financeiras e governos, o ITA reúne líderes globais para desbloquear investimentos em escala, para a rápida implantação de soluções de descarbonização.

Esses projetos se beneficiarão do programa ITA no Brasil, seguindo um acordo de parceria anunciado em julho de 2024 entre o ITA e o Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MDIC), que posicionou o Brasil como o primeiro país parceiro.

A segunda parceria do ITA, na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA), foi anunciada em novembro de 2024 e atualmente está sendo desenvolvida nos Emirados Árabes Unidos, no Bahrein, e no Egito.