A implementação de tecnologias relacionadas à eficiência energética, o crescimento de projetos a partir de fontes renováveis, e o aumento da disponibilidade de veículos elétricos (VEs), evitaram as emissões globais de 550 milhões de toneladas adicionais de dióxido de carbono (CO2) em 2022. O dado é do novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), divulgado nesta quinta-feira, 2 de fevereiro.
“Sem energia limpa, o crescimento das emissões de CO2 teria sido quase três vezes maior”, afirma o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol.
No total, 36,8 bilhões de toneladas de CO2 relacionadas à energia foram emitidas no período, alta de 0,9% em relação ao ano anterior. Apesar do crescimento, o percentual ficou abaixo do esperado pela entidade. Mesmo assim, a agência alerta que as emissões ainda permanecem em uma trajetória de crescimento “insustentável”, o que deve exigir mais ações relacionadas à transição energética.
“O impacto da crise energética não refletiu num grande aumento das emissões globais que inicialmente se temia. […] No entanto, ainda vemos as emissões crescentes de combustíveis fósseis, dificultando os esforços para atingir as metas climáticas do mundo”, disse Birol.
Conforme o relatório, em 2022, as emissões de dióxido de carbono associadas ao carvão cresceram 1,6%, impulsionada, principalmente, pela redução no fornecimento de gás russo para a Europa.
“O aumento nas emissões de carvão, mais do que compensou o declínio nas emissões de gás natural, uma vez que a oferta continuou a diminuir após a invasão russa da Ucrânia e com a reposta do consumo por empresas e cidadãos europeus”, diz o documento.
Já as emissões derivadas do uso de petróleo tiveram aumento de 2,5% no período, dos quais, metade deve-se à recuperação do tráfego aéreo.
Na mesma base de comparação, o relatório aponta que as emissões de dióxido de carbono na Ásia (exceto China) aumentaram 4,2%, devido ao crescimento econômico na região. A China, onde as restrições da covid-19 prosseguiram até o final do ano passado, manteve estabilidade nas emissões.
Na União Europeia (UE) as emissões de CO2 caíram 2,5%, devido ao aumento do uso das renováveis.