Sustentabilidade

Transição energética ainda demandará US$ 35 trilhões em investimentos até 2030

A atual crise energética global está colocando em check a transição energética, sendo necessários US$ 35 trilhões em investimentos que priorizem a eficiência, a eletrificação, a expansão e flexibilidade da rede, afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), Francesco La Camera, durante sua apresentação no Berlin Energy Transition Dialogue (BETD).

Green energy with hand holding an environmental light bulb background
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A atual crise energética global está colocando em check a transição energética, sendo necessários US$ 35 trilhões em investimentos que priorizem a eficiência, a eletrificação, a expansão e flexibilidade da rede, afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), Francesco La Camera, durante sua apresentação no Berlin Energy Transition Dialogue (BETD).

Conforme o relatório da Irena, houve progresso, principalmente no setor de energia, onde as energias renováveis representam 40% da geração de energia instalada globalmente, chegando aos US$ 1,3 trilhão em investimentos em 2022. Entretanto, o aumento do uso de combustíveis fósseis por alguns países, principalmente após a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, pode ter atrasado o cumprimento das metas climáticas. 

“Quaisquer novas decisões de investimento devem ser cuidadosamente avaliadas para conduzir simultaneamente a transição e reduzir o risco de ativos ociosos. Cerca de 41% dos aportes planejados até 2050 seguem sendo direcionados aos combustíveis fósseis. Cerca de US$ 1 trilhão de investimento anual planejado em combustíveis fósseis até 2030 deve ser redirecionado para tecnologias de transição e infraestrutura para que se alcance a meta de 1,5º C”, diz o relatório.

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Na avaliação de La Camera, para se alcançar objetivos climáticos globais, é necessária a implantação de 10 GW em renováveis até 2030. Para isso, o documento da Irena defende três pilares principais, sendo eles: a infraestrutura física de projetos, facilitadores políticos e regulatórios e a força de trabalho qualificada. 

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Além disso, o executivo destaca que uma contribuição internacional é necessária, visto que a implantação dessas fontes é limitada a certas partes do mundo, com destaque para a China, União Europeia e Estados Unidos, responsáveis por dois terços de todas as adições no ano passado, o que deixou os países em desenvolvimento “ainda mais para trás”.

Outro ponto defendido por La Camera é o direcionamento de investimentos públicos nos países de forma mais equitativa. Em 2022, 85% dos aportes globais em energia renovável beneficiou menos de 50% da população mundial, conforme relatório da Irena.

“As apostas não poderiam ser maiores. Uma transformação profunda e sistêmica do sistema energético global deve ocorrer em menos de 30 anos, ressaltando a necessidade de uma nova abordagem para acelerar a transição energética. A busca por combustíveis fósseis e medidas de mitigação setorial são necessárias, mas insuficientes para mudar para um sistema de energia adequado para o domínio das energias renováveis”, afirma o executivo.