Transição energética

Transição energética só acontecerá se a sociedade estiver disposta a pagar, diz ANP

Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP
Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, declarou que não apenas governos, mas também indústrias e consumidores devem assumir custos adicionais para alavancar fontes energéticas com menos emissões de carbono.

“Nós vamos ter que pagar pela transição, e esse financiamento terá de vir por várias fontes: governo, indústria, o consumidor. É importante que a sociedade tenha consciência disso e esteja disposta a pagar por isso, senão a transição energética não acontece”, disse Saboia durante o evento Offshore Week, da Agência Eixos.

O diretor da ANP deu a declaração em uma análise sobre a competitividade do etanol, que perde espaço para a gasolina no Brasil apesar da larga frota de carros flex no país. “Pagar mais por um combustível como o etanol é uma forma de financiar a transição energética”, disse Saboia. Segundo dados da ANP, entre janeiro e agosto de 2024, as vendas de etanol hidratado foram de 14,3 milhões de m³, enquanto as vendas de gasolina atingiram 29 milhões de m³.

“Já poderíamos ter a avaliação potencial conhecida”, diz Petrobras sobre Foz do Amazonas

No mesmo painel, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, voltou a defender a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. A executiva mencionou a bem-sucedida campanha na Guiana, que tem formação geológica parecida com a do norte do Brasil.

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Ela lamentou que a companhia ainda não tenha conseguido a licença ambiental para fazer perfurações exploratórias na região. “Nós estivemos com uma sonda no local do poço no ano passado. Já poderíamos ter hoje o resultado, ter furado dois, três poços e ter a avaliação potencial conhecida”, disse Anjos.

A diretora também comentou que “não é com um poço que se faz exploração”, e que há necessidade de perfurar mais poços para uma avaliação exploratória adequada. “Um primeiro poço pode não ser positivo”, disse Sylvia Anjos.

Segundo a executiva, a região onde está localizado o bloco FZA-M-59 já tem tráfego intenso de embarcações, com passagem de “mais de mil cargueiros por mês”.